Em política, não existem inocentes. O governo Lula, que sempre foi voltado para proteger os mais vulneráveis, nesse último pacote fiscal, enviado para ser discutido e votado pela Câmara e o Senador Federal, apresentou proposta com o objetivo de enxugar a máquina do sistema governamental, e para isso afirmou ser necessário alguns cortes, dentre eles, os altos salários e a diminuição dos gastos públicos, numa tentativa desesperada de acalmar os ânimos do mercado que, a toda hora, demonstra a insegurança econômica criada no País.
Para se ter uma ideia, o dólar chegou a um patamar exorbitante ultrapassando a casa dos R$ 6,30, exigindo do Banco Central a compra de R$ 8 bilhões de dólares para tentar dar uma acalmada nas bolsas de valores, e isso correndo o risco de trazer diversos transtornos à economia brasileira, inclusive, já beirando um endividamento de 80% do Produto Interno Bruto ((PIB).
O reflexo de todo esse imbróglio chega com majorações de preços nos produtos vendidos nas feiras e nos supermercados. E a verdade é que parece que fizeram a coisa toda atabalhoada, tudo em cima da hora, cheia de falhas. Basta ver que deixaram os salários dos mais abastados do mesmo jeito, com altos vencimentos e penduricalhos do Poder Judiciário e do próprio Poder Legislativo que mantiveram intactos as emendas parlamentares e as impositivas, além das chamadas “emendas pix”.
Enquanto isso os mais vulneráveis, aqueles que estão nas periferias, que só recebem o salário mínimo, foram os mais prejudicados. Assim como os que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), portadores de autismo, Síndrome de Down. Uma decisão surreal, inconcebível, uma falta de respeito humano imensurável, ou seja, algo que nos remete ao que diz o renomado escritor italiano, Giuseppe Tomasi di Lampedusa: “Algo deve mudar para que tudo continue como está”.
O que se viu foi apenas espetacularização de um Congresso cada vez mais dono dos recursos, deixando o governo central à deriva, até parece que já estamos vivendo literalmente um semi-parlamentarismo.
Mas, diante de todos esses interesses corporativos que o parlamento apresentou durante o resultado dessas votações, espera-se que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vete de forma sumária esse quesito que fala sobre os deficientes, em que muitos deles são filhos de pessoas humildes as quais se quer possuem tempo para trabalhar fora de casa, tendo em vista que a dedicação tem que ser exclusiva para eles, os filhos portadores de necessidades especiais.
Diante de tudo isso, está muito claro de que o presidente Lula precisa urgentemente mexer em sua equipe de trabalho, especialmente na área de comunicação, pois sabendo que seu eleitorado é composto principalmente de pessoas mais simples, tem de haver uma forma de que a informação chegue com mais exatidão a esse público, além de ter que melhorar a sua sintonia com a imprensa e a própria rede social, já que visivelmente observa-se que a oposição tem vencido essa guerra na comunicação.
Além disso, poderia se pensar em outras pastas, como da articulação política, pois tem “batido de frente” com alguns parlamentares, o que deixa o governo em uma situação muito delicada nas duas Casas do parlamento.
Por fim, vemos que apesar dessas recaídas, espera-se que o governo Lula, agora com a posse do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, retome o controle da economia, melhore a confiança do mercado e que a economia do Brasil volte a crescer, tudo isso dando certo, ainda haverá tempo do Partido dos Trabalhadores lograr êxito nas eleições de 2026.
Quem viver, vera!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba