Muito já se falou sobre isso, mas sempre é importante repetir que o Centro Histórico de João Pessoa é um verdadeiro museu a céu aberto. Ele é testemunha viva da trajetória histórica da terceira cidade mais antiga do Brasil. Contudo, embora haja muitos prédios restaurados e bem preservados, outros permanecem desocupados ou em condições precárias. A dualidade expõe um desafio contínuo: a necessidade urgente de revitalização para garantir não apenas a preservação das memórias urbanas, mas também a funcionalidade e a vivacidade da região. Pois bem, conduzida em parceria pela Prefeitura de João Pessoa e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde essa sexta-feira, 20, uma obra revitalizada, passou a servir de exemplo, em João Pessoa, de como agir corretamente no Centro Histórico. Falo da restauração do Convento de São Frei Pedro Gonçalves, no Varadouro (conhecido como Conventinho), nas proximidades do Rio Sanhauá, originalmente, abrigo de religiosos franciscanos. O convento faz parte de uma estrutura sacra, composta ainda pela igreja dedicada ao santo, de origem espanhola, também conhecido como São Telmo, Santelmo ou Corpo Santo, tido como protetor de pescadores e marinheiros. O conjunto integra um dos cenários mais ricos em história e memória da capital paraibana, no caso, a Praça Antenor Navarro e o Largo de São Frei Pedro Gonçalves. A construção ainda tem sua paisagem completada pela visão da Ladeira São Francisco, considerada o primeiro caminho entre a cidade baixa e a alta. A completar o serviço, outra parte, de caráter imprescindível, diz respeito ao projeto de ocupação do prédio revitalizado que, segundo a prefeitura pessoense, abrigará uma Escola de Artes, uma Biblioteca Municipal, afora espaços para apresentações, exposições e convivência, no caso, com praças e pátios internos, anfiteatro, auditório e galerias de arte. E tem de ser assim, porque a revitalização de um centro histórico vai além da preservação arquitetônica, indo até a criação de um ciclo sustentável de conservação e uso ativo, garantindo que as memórias da cidade sigam atendendo ao presente e ao futuro.
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