Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNT), divulgada nesta quinta-feira, mostra certa estagnação da recuperação da popularidade da presidente Dilma Rousseff, que chegou aos 30% logo após os protestos de rua de junho.
A aprovação do governo Dilma agora é de 39%. Era de 38,1% na pesquisa divulgada em setembro. Na verdade, houve apenas ligeira oscilação de avaliação dentro da margem de erro do levantamento.
O mesmo ocorreu com a avaliação do desempenho pessoal da presidente Dilma Rousseff, que oscilou de 58% para 58,8%.
Os números revelam certa estagnação no processo de recuperação de imagem, mas confirmam que o governo da presidente Dilma Rousseff conseguiu recuperar quase 10 pontos percentuais de aprovação em cinco meses.
Trata-se de fato positivo, que ajuda a manter o favoritismo de Dilma na disputa presidencial. Revelam, todavia, que a recuperação não tem sido proporcional aos esforços empreendidos (Dilma tem viajado bem mais e liberado um volume bem maior de verbas nos últimos meses).
A impressão que fica é a de que, mesmo sem estar nas ruas em movimentos de protestos, a maioria os eleitores continua desaprovando as gestões públicas e os políticos e que os políticos, partidos e seus marqueteiros ainda não conseguiram desvendar e compreender o sentido dos protestos populares de junho.
Veja, a seguir, reportagem da Folha sobre a pesquisa da CNT
Pesquisa aponta 39% de aprovação ao governo Dilma
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Cinco meses após as manifestações de rua, a aprovação do governo Dilma Rousseff atingiu 39% dos entrevistados e o desempenho pessoal da presidente chegou a 58,8%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Na rodada passada, divulgada em setembro, a aprovação do governo era de 38,1% e a avaliação pessoal do desempenho de Dilma era de 58%.
O levantamento foi feito entre os dias 31 de outubro a 4 de novembro. Foram ouvidas 2.005 pessoas, em 21 Estados.
Segundo a avaliação da pesquisa, “a recuperação na avaliação do governo e a aprovação pessoal foram puxadas pelo aumento da exposição, mais ações de marketing, pelo Programa Mais Médicos e controle da inflação”.
A Folha mostrou que a presidente vem intensificando suas viagens e também o anúncio de recursos em uma série de solenidades pelo país.
A mudança de estratégia é recente. Se até meados de agosto Dilma mantinha um ritmo lento de anúncio de verbas, no último bimestre a presidente ampliou o número de eventos.
De janeiro até agora, o Planalto organizou pelo menos 23 eventos para liberação de recursos. Somente neste mês Dilma promoveu seis solenidades –recorde no ano e número superior até ao de junho, mês das manifestações e do anúncio do tradicional Plano Safra federal.
No último bimestre, Dilma anunciou ao todo R$ 34,5 bilhões, sobretudo para obras de mobilidade. No bimestre anterior, foram R$ 18,7 bilhões, concentrados em apenas quatro eventos.