A história da energia elétrica, em João Pessoa, passa pela criação da Empresa de Iluminação e Viação Elétrica da Capital – EIVL, posteriormente denominada Empresa de Tração, Luz e Força-ETLF (mas também abreviada como E.T.l e F.).
A sua instalação aconteceu em 1910, segundo o Memória João Pessoa, projeto de Extensão vinculado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba, na localidade de Cruz do Peixe, parte de uma propriedade de monges beneditinos, onde hoje funciona a ativa Usina Cultural Energisa.
Fica na rua João Bernardo de Albuquerque, entre a Epitácio Pessoa e a confluência das praças Caldas Brandão e Independência. O local já abrigava a garagem dos bondes com tração animal implantado em João Pessoa desde o final do Século XIX. Ainda de acordo com o Memória João Pessoa, o serviço de energia elétrica apenas viria a ser implantado em 14 de março de 1912.
Parte ainda dos serviços oferecidos pela empresa, de caráter privado, o bonde elétrico somente passou a circular na capital paraibana em 19 de fevereiro de 1914, também sob a égide da ETLF.
No entanto, em cerca de duas décadas de funcionamento, a precarização dos serviços fez com que a empresa fosse encampada pelo governo estadual, em março de 1933, no governo (1932-1934) do interventor Gratuliano de Brito.
(A situação era tão gravemente sentida pela população, que até fez surgir um histórico bloco, justamente chamado E.T.L e F, iniciais de Estamos Todos Logrados e Falidos, comandando pelo icônico Major Ciraulo – e sobre o qual já dissertamos -, com fortes críticas à empresa, e de quebra, a situações políticas e sociais da época, pontificando no carnaval pessoense até a década de 1960).
Como se sabe, o prédio da antiga ETLF pertence hoje à empresa Energisa, responsável pela energia elétrica na capital, sediando eventos culturais e mantendo um memorial sobre a história da luz e dos transportes por bondes em João Pessoa.
Antiga ETLF, em foto de 1931.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba