Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Atriz Nautília Mendonça - Por Sérgio Botelho

Na tarefa diária a que nos habituamos de um certo tempo para cá, sempre é oportunidade de lembrar histórias que fizeram a João Pessoa de hoje

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Atriz Nautília Mendonça - Por Sérgio Botelho

Na tarefa diária a que nos habituamos de um certo tempo para cá, sempre é oportunidade de lembrar histórias que fizeram a João Pessoa de hoje, em todos os campos da atividade humana.

E, nesse meio gigantesco de garimpagens importantes, realçar a existência de pessoas que são e produziram memória na cidade.

É o caso da atriz paraibana Nautília Mendonça, nascida em Sapé, em 2 de abril de 1927, que, em João Pessoa, por cerca de 30 anos, a partir da década de 1950, trabalhou em radioteatro, em teatro e em cinema contracenando com atores locais e nacionais, sob a batuta de diretores do estado e de outras partes do país.

Em termos da arte da representação, Nautília tanto atuava em comédias quanto em dramas, com a mesma versatilidade. Iniciou sua história no campo da arte como radioatriz na velha Tabajara de guerra, na época áurea das radionovelas.

No cinema, trabalhou em Menino de Engenho, de 1965, ao lado de outros atores e atrizes paraibanos, sob a direção de Walter Lima Júnior, produção que marcou a história artístico-cultural paraibana.

Sua arte passou a ser mais reconhecida quando da participação na peça Quarto de Empregada, escrita pelo teatrólogo Roberto Freire, em 1958, várias vezes censurada. Na montagem paraibana, ela trabalhou ao lado de sua companheira de sempre, na arte, a também saudosa atriz Lucy Camelo, encenação que as consagraram ad aeternum.

Nautília chegou a participar da experiência do teatro laboratório, conceito de prática teatral que enfatiza a experimentação e o estudo aprofundado da arte cênica, utilizando o palco como um espaço de pesquisa, inovação e exploração de novas formas de expressão artística.

A atriz paraibana faleceu em agosto de 1980, aos 53 anos, surpreendida pela gravidade de um câncer que lhe tirou do elenco da peça A Noite de Matias Flores, do sempre lembrado Marcos Tavares, que estava sendo apresentada no Teatro Lima Penante.

Hoje, há uma rua no Alto das Populares, em Santa Rita, e uma pousada para artistas, no Núcleo de Arte Contemporânea, da UFPB, que homenageiam Nautília.

A foto de Nautília é de meses antes de sua morte. Crédito: A União.