Num intervalo de apenas dois dias, o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), realizou mais uma captação de múltiplos órgãos, sendo que dessa vez foi seguida de um transplante de coração. Os procedimentos aconteceram na noite dessa terça-feira (3) e só foi possível graças ao ato de amor e solidariedade de uma família, que mesmo em meio a dor de perder um ente querido, disse sim à doação de órgãos.
O doador é um homem de 42 anos que em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral teve a morte encefálica confirmada, após seguir todos os protocolos exigidos. Foram doados o fígado, que ficará na Paraíba; as córneas, que seguirão para o Banco de Olhos da Paraíba; e o coração, que, logo após a captação, foi transplantado para José Monteiro, de 68 anos, paciente do Hospital Metropolitano e há sete meses aguardava na fila de transplantes, após ser diagnosticado com uma insuficiência cardíaca e uma miocardiopatia isquêmica.
Para Elizabete Neves, irmã do paciente doador, mesmo em meio a dor de perder o irmão, ela se sente grata em poder proporcionar a alegria a outras famílias e, ao mesmo tempo, também se sente feliz em saber que outras pessoas estarão com um pouco do irmão por meio dos órgãos doados.
“É muito difícil. Mas é um prazer que eu, que sou irmã, estou sentindo muito de imaginar que outra pessoa vai estar com algo dele por aqui, próximo da gente. Essas pessoas estão vivendo uma alegria de retornar à vida, já que a dele não pode voltar. Mas o legado dele foi muito importante aqui na terra, já que era doador de sangue, e o final da vida dele foi dar algo mais importante ainda, que foi usar os órgãos dele para trazer vidas”, disse emocionada Elizabete.
Já o beneficiado com o coração afirmou que ficou muito feliz em saber que apareceu um coração compatível para fazer o transplante e ter uma vida mais saudável.
“Eu rogo e peço a Deus que dê tudo positivo, que se for da vontade Dele, eu vá e volte com vida e uma vida mais saudável”, afirmou José Monteiro.
O transplantado disse ainda que terá a oportunidade de agradecer à família doadora, pois
“foi uma vida que se foi, mas parte dele vai continuar em mim e um dia vou poder agradecer porque já passei por 67 natais e esse ano será 68. Um presente desse só tenho que agradecer a Deus, à família doadora e toda equipe do Metropolitano, indistintamente, pois cada um tem a sua função, mas todos estão imbuídos por uma razão que é facilitar a vida de alguém através de um coração novo”.
De acordo com o cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre, a cirurgia para o transplante foi bastante desafiadora
“porque é um paciente que já tinha duas cirurgias cardíacas prévias e isso dificulta muito o ato cirúrgico, porque o coração após a primeira cirurgia cria aderência e isso aumenta muito o tempo cirúrgico, aumenta o risco como por exemplo o risco de sangramento. Mas graças a Deus o paciente já se encontra na UTI e vamos aguardar a evolução dele, que, por enquanto, encontra-se muito bem”.
Fonte; Governo da Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba