A história do maestro Severino Araújo, nascido em Limoreiro-PE, em 23 de abril de 1917, e falecido no Rio de Janeiro, em 3 de agosto de 2012, se relaciona com a Paraíba em quadra emocionante.
Foi em território paraibano que o maestro fincou raízes e deu os primeiros passos de sua brilhante carreira. Ainda adolescente, com apenas 16 anos, já demonstrava talento musical fazendo arranjos para a banda de Ingá, onde sua família havia passado a residir.
Em 1936, ano de inauguração da PRI-4, a Rádio Tabajara da Paraíba, Severino Araújo chegou à capital paraibana para fazer parte da Banda da Polícia Militar como clarinetista. No ano seguinte, a convite do maestro Olegário de Luna Freire, Severino ingressou na orquestra Tabajara como clarinetista.
Mal sabia ele que, em pouco tempo, por motivo do súbito falecimento de Luna Freire, assumiria a regência e se tornaria o maestro mais longevo da Tabajara, conduzindo-a por mais de sete décadas. Em 1944, recebeu convites para trabalhar profissionalmente na capital do país.
Os convites eram do Cassino Copacabana e da Rádio Tupi, propriedade do paraibano Assis Chateaubriand. A Tabajara encantava o público com uma sonoridade única, que mesclava a tradição da música brasileira com influências do jazz.
Sob sua batuta, a orquestra embalou festas, animou programas de rádio e televisão, e gravou inúmeros discos, incluindo alguns com o nome de Românticos de Cuba, se consolidando como um dos mais importantes grupos musicais do país.
Entre suas composições, se destacam “Espinha de Bacalhau” e “Um Chorinho pra Você”, onde mostra seu virtuosismo como clarinetista, combinando técnica apurada, fluidez melódica e uma alegria contagiante característica do gênero.
A ligação de Severino Araújo com a Paraíba é motivo de orgulho para o nosso estado. Em reconhecimento à sua contribuição para a cultura paraibana, o maestro recebeu o título de “Cidadão Paraibano” (mas, também, Carioca).
Seu legado musical permanece vivo na memória musical brasileira e inspira novas gerações de músicos. Severino Araújo, o maestro que encantou o Brasil, não deve ser esquecido em sua “terra adotiva”.
Severino Araújo, em foto da TV Brasil
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos; Polêmica Paraíba