PMDB lança nomes pra Governador em 23 Estados para pressionar PT

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Maior partido da base de apoio do governo federal, o PMDB tem turbinado as pré-candidaturas a governador para pressionar o PT e elevar seu poder de negociação nos arranjos eleitorais para 2014.

A sigla lançou pré-candidatos a governador em 23 Estados –quase o dobro dos 13 nomes de 2010. No cenário atual, PT e PSDB têm nomes para 11 Estados cada, e PSB, 7.

Se todas as pré-candidaturas se viabilizarem, o que é improvável, seria o recorde da legenda. Desde 1990, a maior quantidade de candidatos lançados em numa só eleição foi de 19, em 1994 e em 1998. Mas peemedebistas reconhecem que o partido deverá conseguir emplacar no máximo 20 cabeças de chapas majoritárias.

Nomes são anunciados até onde o apoio do PMDB a outra legenda é tido como certo, como em Minas, onde a sigla deverá apoiar Fernando Pimentel (PT), e em Pernambuco, onde deve defender o PSB.

Nesses casos, a estratégia serve para aumentar o poder de negociação na definição das coligações. “Para negociar com poder de barganha, estar presente na chapa majoritária, discutir uma forma não submissa, tem que se fortalecer”, afirma o deputado federal Saraiva Felipe, presidente do PMDB mineiro. “E não se fortalece se não criar musculatura, estimulando
candidatura própria.”

O plano também é uma forma de pressionar o PT a sustentar candidaturas peemedebistas nos Estados em troca de palanque para a presidente Dilma Rousseff.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido que a prioridade do PT é a reeleição de Dilma. Aliados entendem que, se para o PT o cenário nacional é mais importante, deve ceder nos Estados.

“O PMDB concorda com a manutenção do PT na Presidência da República, e o PT deve refletir sobre até que ponto deve contribuir para o fortalecimento do PMDB nos Estados”, disse o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).

Para garantir o apoio do aliado, o PT já admite abrir mão de cabeça de chapa em ao menos quatro Estados. É o caso do Pará, onde petistas deverão apoiar Helder Barbalho na disputa ao governo.

Outra preocupação é com a perda de espaço nas bancadas da Câmara e do Senado.

Há no partido uma avaliação de que o PT tem se esforçado para aumentar sua representação no Congresso e reduzir a dependência de legendas aliadas, como o PMDB.

Aliadas no plano nacional, as duas siglas têm enfrentado desgastes na relação em alguns Estados e deverão se enfrentar em ao menos nove disputas para governador, como no Rio e no Maranhão.

Também numa tentativa de pressionar o PT a acelerar a definição sobre apoios nos Estados, uma ala do PMDB tenta antecipar a convenção nacional do partido, de julho para março do próximo ano.

Para tentar acalmar o aliado, Dilma começou uma rodada de conversas com peemedebistas para discutir cenários estaduais -já recebeu os senadores Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA) PATRÍCIA BRITTO
DE SÃO PAULO