SÍNDROME DE ESCORIAÇÃO: conheça o transtorno compulsivo que causa grandes danos a pele

foto: reprodução
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Recentemente, a Revista Marie Claire divulgou a história de uma estudante, que tem o costume de tirar as peles ao redor da unha como uma forma de se tranquilizar. De acordo com o matéria, embora sinta-se aliviada ao fazer isso, o comportamento gera lesões na pele, a ponto de sangrar. O hábito faz parte da Síndrome de Escoriação, também chamada de dermatotilexomania ou skin-picking.

A Síndrome de Escoriação é um transtorno psicológico caracterizado pela compulsão de se ferir ou machucar a própria pele, frequentemente por meio de arranhões, cutucadas ou espremer lesões. Esse comportamento pode resultar em lesões visíveis, cicatrizes e infecções. A síndrome é considerada um transtorno do controle dos impulsos e está frequentemente associada a distúrbios como ansiedade, depressão e transtornos obsessivo-compulsivos (TOC).

Conheça alguns sintomas

A escoriação da pele, muitas vezes crônica, pode variar em padrão e localização ao longo do tempo, com alguns pacientes focando em áreas específicas e outros tendo múltiplas lesões. Muitos tentam esconder as cicatrizes com roupas ou maquiagem.

O comportamento é frequentemente acompanhado por rituais, como a busca específica por crostas ou o uso de instrumentos para removê-las. Pacientes com dermatilomania tentam, sem sucesso, interromper o comportamento e frequentemente se sentem envergonhados, evitando situações sociais para não expor as lesões. Isso pode afetar negativamente outras áreas da vida, como o trabalho ou estudos.

Diagnóstico do Transtorno de Escoriações

Para ser diagnosticado com dermatilomania, de acordo com o DSM-5-TR, o paciente deve causar lesões visíveis na pele devido à escoriação, embora alguns tentem esconder as marcas com roupas ou maquiagem.

O paciente também precisa fazer tentativas repetidas de parar ou diminuir esse comportamento, mas sem sucesso. Além disso, o comportamento causa sofrimento intenso ou prejuízo na funcionalidade, com sentimentos de constrangimento ou vergonha, principalmente relacionados à perda de controle ou às consequências estéticas das lesões.

Tratamento

O tratamento da dermatilomania pode incluir terapia cognitivo-comportamental (TCC), com foco no treinamento de reversão de hábitos, que é a abordagem psicoterapêutica mais eficaz. A TCC envolve conscientização (monitoramento e identificação de gatilhos), controle de estímulos (evitar situações que induzam ao comportamento) e treinamento de resposta alternativa (substituir a escoriação por outros comportamentos, como fazer tricô ou crochê).

Além disso, medicamentos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) ou clomipramina podem ser úteis para tratar comorbidades, como depressão e ansiedade, embora sua eficácia na dermatilomania seja limitada. Modificadores de glutamato, como N-acetilcisteína e memantina, mostraram algum efeito na redução dos sintomas, mas mais estudos são necessários para confirmar sua eficácia a longo prazo.