A CHAVE E A FECHADURA, POR DÉRCIO ALCANTARA

chave2_1.jpg.554x318_q85_crop

Três cenários merecem ser analisados friamente e com certa malícia, pois os dados estão rolando e tem mais coisas acontecendo entre João Pessoa e Brasília do que possa imaginar a vã filosofia.

No primeiro cenário uma rápida lida nos portais nacionais e nas entrelinhas de certas notinhas em jornais como Valor Econômico, Estadão e Folha, percebe-se que o PMDB – capas pretas – tem tido uma vontade danada de chutar o pau da barraca e encerrar a aliança com Dilma.

Há quem diga que o apego que alguns peemedebistas têm a máquina impediria essa decisão, mas também há outras avaliações e elas olham para o futuro, precisamente para os sessentas dias que antecederão a Copa, durante e depois, já dentro do período de campanha.

Conflitos de rua, barricadas, quebra-quebra. Tudo ainda mais potencializado do que foi na Copa das Confederações. E Dilma voltará a cair e quem estiver agarrado com o PT desce ao fosso com ele.

Outro cenário seria Dilma continuando a se recuperar e o PMDB nacional e, em especial, paraibano, receber a reciprocidade cobrada e justa, que é o apoio do PT a postulação de Veneziano ao governo, indicando o senador ou vice, pois o recuo de Maranhão liberou duas vagas para a oposição escolher.

O terceiro cenário acontece neste instante e revela certa imprevisibilidade. O senador Vital do rego chegou ontem na Paraíba e foi convocado às pressas por Temer, voando de volta hoje de madrugada para rodadas de reuniões. Na mesa com certexa a crise de convivência com o PT.

Ainda neste cenário vejo o ministro Aguinaldo sentando com o prefeito Cartaxo num horário e ao lado de Ricardo e Rômulo noutro, oferecendo-se inclusive como interlocutor para por fim a um impasse entre PMJP e Governo do Estado.

Meio que pelas margens, mas também compondo essa paisagem vejo a declaração do pai do ministro, o ex-deputado federal Enivaldo Ribeiro aos portais e ele, repetindo aladainha da filha Daniella, ataca o candidato do PMDB, Veneziano.

Encerra essa leitura de cenários repetindo uma frase de Enivaldo, que disse que o filho será candidato a deputado federal e que só deixará o ministério em abril.

Vou repetir: Enivaldo disse que o filho não sairá do ministério das Cidades como os outros ministros que saem agora em dezembro na reforma que Dilma fará.

Ele disse que Aguinaldo só sairá em abril, que é para impedir a posse de Vitalzinho na Integração, e, convenhamos, aí está o foco de toda essa picuinha que gera o atrito entre PMDB e PT na Paraíba: o grupo Ribeiro é quem mantém o tom elevado, o causador da celeuma que atrapalha a união das oposições.

Pergunto: como tradicionalmente o Grupo Ribeiro muda de lado no undécimo minuto, será que esse modus operandi não se confirmará?