Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A conquista do litoral pessoense - Por Sérgio Botelho

Aproveito a foto para falar sobre a expansão de João Pessoa em direção ao litoral, que só foi mais efetiva na década de 1950

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A conquista do litoral pessoense - Por Sérgio Botelho

Aproveito a foto para falar sobre a expansão de João Pessoa em direção ao litoral, que só foi mais efetiva na década de 1950, com a pavimentação da Avenida Epitácio Pessoa, no governo José Américo.

Até então, o crescimento urbano para o leste era dificultado por limitações de infraestrutura e pela predominância de terrenos arenosos e pouco acessíveis. Nos invernos, o quadro era pior.

A pavimentação da avenida, no entanto, mudou radicalmente essa dinâmica, abrindo caminho para a integração do núcleo histórico com as áreas costeiras e impulsionando o desenvolvimento em direção às praias. Concebida como eixo de ligação entre o centro da cidade e o litoral, simbolizou o avanço da modernização urbana.

Sua pavimentação, um marco de infraestrutura da época, não apenas facilitou o trânsito de pessoas e mercadorias, mas também atraiu investimentos imobiliários e comerciais para a região leste. Com isso, bairros como Tambaú, Cabo Branco e Manaíra se impuseram entre as alternativas urbanas, deixando de ser áreas apenas ocupadas por pescadores e sítios para se tornarem espaços desejados para moradia e lazer.

O impacto da pavimentação foi imediato. A facilidade de acesso ao litoral incentivou a construção de casas, hotéis e estabelecimentos comerciais, preparando o terreno para que o turismo começasse a desempenhar papel mais relevante na economia local.

Além disso, a urbanização trouxe melhorias significativas à infraestrutura geral da região, como iluminação pública, redes de abastecimento d’água e saneamento, elementos indispensáveis para sustentar o crescimento populacional e atender às novas demandas.

Com a pavimentação, portanto, o litoral se tornou um novo polo de crescimento, reconfigurando o eixo de desenvolvimento da cidade. Sem que isso signifique, o que seria grande prejuízo à memória da cidade e ao conjunto de sua obra, que se abandone o Centro Histórico, nossa mais forte referência.

Foto da Epitácio Pessoa, identificada como da década de 1940 e parte do acervo Humberto Nobrega.