A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) resolveu demolir parte do antigo prédio da Faculdade de Medicina, localizado ao lado do cemitério Senhor da Boa Sentença, no bairro do Varadouro, em João Pessoa. O espaço, que também abrigou o Instituto de Medicina Legal (IML), estava abandonado e sem perspectiva de restauração por parte do poder público.
Em nota ao Polêmica Paraíba, a UFPB informou que é uma demolição “parcial” do imóvel, visando eliminar o risco de desabamento no local.
“A demolição é de caráter parcial e foi planejada pela UFPB após ajuizamento de ação pelo Ministério Público Federal, que determinou o procedimento, com a finalidade de eliminar o risco de desabamento da estrutura e, assim, garantir a segurança de veículos e pedestres”, diz trecho da nota enviada ao Polêmica.
A instituição ainda informou que o procedimento foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP). Uma audiência sobre o caso está prevista para acontecer no próximo dia 8 de dezembro.
“Ainda que a edificação em si não seja tombada, mas por estar localizada em área de preservação histórica, o procedimento de demolição foi submetido via projeto e, posteriormente, autorizado pelo Iphaep”, explicou a UFPB.
Ao ser procurado pelo Polêmica, o IPHAEP declarou que “todos os trâmites relacionados ao edifício em questão estão de acordo com as legislações do IPHAEP e estão sendo acompanhados pela justiça”.
A história do local
O prédio era referência para estudantes de medicina que ingressavam na UFPB. No espaço eram oferecidas as disciplinas de Anatomia, Histologia, Anatomia Patológica e Medicina Legal.
As instalações do imóvel também serviram para abrigar o Instituto de Polícia Científica (IPC), que aglutinava o Instituto de Identificação, Criminalística e o Instituto de Medicina Legal (IML), comandado pelo Dr. Oscar de Castro.
Em 2021, a UFPB, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) e a Academia Paraibana de Medicina (APMED) tentaram viabilizar um projeto para recuperar o prédio. No entanto, a ideia não foi para frente, por questões jurídicas.
O objetivo era transformar o espaço em uma unidade básica de saúde e em um memorial de medicina da Paraíba.