Lanusa Monte, ex-funcionária da OAB-PB, vítima de assédio na instituição na gestão de Paulo Maia, usou suas redes sociais para fazer um desabafo. Leia na íntegra:
Essa mensagem não é somente para advogadas e advogados, mas um desabafo para todos.
Eu não sou advogada. Eu não sou parte interessada nessa eleição da OAB. Eu não estou pedindo voto para meus amigos advogados e nem postei apoio a nenhum(a) candidato(a). Eu permaneci em silêncio até aqui. Não porque quem cala consente, mas porque só eu sei a dor, as perdas e o sofrimento que tudo isso me causou. Vocês falam de “condenação de assédio na OAB”, e eu falo de uma vida inteira abalada por tudo isso.
Estou sendo vítima mais uma vez. Parem de tentar diminuir o que a justiça já reconheceu em última instância. Só eu como vítima sei o quanto ele me causou mal, mas quem usa meu sofrimento até hoje também me causa mal.
Como disse, eu não sou advogada, mas trabalhei por 19 anos na OAB e conheço essa instituição como poucos advogados e advogadas, e tenho plena certeza de que essa Instituição não merece voltar a ser palco para esse tipo de discussão e de violência contra uma mulher.
Respeitem a Casa dos Direitos Humanos! Ou essa frase só tem sentido para emoldura a entrada da sede da instituição ?
Parem de usar meu nome para mentir e causar mais tristeza a quem não vai ganhar nem perder nada com essas eleições. Estou sendo vítima de notícias falsas e de artigos pagos diariamente para serem divulgados em blogs com a única intenção de me difamar, me constranger e me humilhar. Basta!
Será que esses advogados e advogadas não fizeram juramento em defesa da constituição?
Eu não preciso ser advogada para saber que SEU DIREITO TERMINA ONDE O MEU COMEÇA, então, me respeitem, e respeitem a própria classe que ocupam.
É preciso que não haja mais esses capítulos de desrespeito a mim e, indiretamente, a todas as mulheres, e que se apure a responsabilidade daqueles que ainda estão me atingindo, pois contra esses, o capítulo final agora será dado pelo direito e pela justiça.
Entenda o caso – Lanusa Monte, ex-funcionária da OAB-PB, entrou com uma ação trabalhista após denunciar assédio sexual e moral praticado dentro da OAB.
Os episódios de assédio culminaram em sua transferência e, posteriormente, em sua demissão. Apesar das garantias do então presidente da OAB-PB, Paulo Maia, de que não seria desligada, Lanusa foi demitida após a instauração de um procedimento administrativo que questionava a veracidade de suas denúncias. Alegando parcialidade no processo, ela buscou reparação por danos morais na Justiça do Trabalho, além de ingressar com ações no Tribunal de Justiça e na Justiça Federal.