15 de novembro

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA: fim da monarquia, transformação política e social; veja as mudanças no Brasil

Arte: Marcelo Jr.
Arte: Marcelo Jr.

A Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, foi um marco fundamental na história política do Brasil, encerrando a monarquia e inaugurando o regime republicano. Esse evento gerou uma série de transformações profundas no país, alterando sua estrutura política, social e econômica. Abaixo, estão alguns dos principais aspectos das mudanças que a Proclamação trouxe para o Brasil:

Fim da monarquia e instalação da república

A Proclamação da República pôs fim à monarquia imperial de Dom Pedro II e estabeleceu um novo regime político, sem a presença de um monarca.

A partir de 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia constitucional para se tornar uma república presidencialista, com a figura do presidente da República como chefe de Estado e governo.

Mudanças na estrutura política

  • Centralização do Poder: A República brasileira, nos primeiros anos, foi marcada pela centralização do poder nas mãos de uma elite política, principalmente militar e oligarquias estaduais. Essa configuração influenciaria a política nacional por décadas.
  • Adoção de uma Constituição Republicana: Em 1891, foi promulgada a primeira Constituição republicana, que estabeleceu a separação dos poderes e introduziu o voto direto (embora ainda restrito, com limitação de eleitores).

Transformações sociais e econômicas

A República representou, para muitos, o fim de uma estrutura arcaica, com a eliminação dos privilégios da nobreza e a ascensão de novas elites, como a militar e a cafeeira.

Com a mudança para o regime republicano, houve um incentivo ao desenvolvimento urbano, especialmente nas grandes cidades, com destaque para o Rio de Janeiro, que passou por uma modernização significativa durante as primeiras décadas do século XX.

Durante a República Velha, as oligarquias rurais, principalmente as do café, continuaram a ter grande influência política, moldando a economia do país por meio do monocultivo e das exportações.

Desafios e contradições

A República não significou, de imediato, um avanço democrático para todos os brasileiros. A escravidão só havia sido abolida em 1888, e a exclusão social de negros, indígenas e mulheres, bem como a falta de direitos políticos para grande parte da população, permaneceram.

A Proclamação não foi unânime, e muitos monarquistas e defensores do Império viam a república com desconfiança. O golpe que depôs Dom Pedro II gerou um período de instabilidade, com sucessivas tentativas de subverter o novo regime.

Papel dos militares

O movimento republicano foi, em grande parte, liderado pelos militares, que se sentiram marginalizados no império. Eles desempenharam um papel fundamental nas primeiras décadas do novo regime, especialmente durante a República Velha.

Os militares continuaram a exercer um poder considerável na política brasileira, culminando no golpe militar de 1964, que levou à ditadura militar, muitos anos depois.

Embora a Constituição de 1891 tenha previsto o voto direto, ele era restrito a uma pequena parcela da população, excluindo mulheres, negros e analfabetos.

A partir da década de 1930, com a Revolução de 1930 e a Constituição de 1934, começaram a surgir as bases para um sistema eleitoral mais inclusivo e participativo, que viria a se consolidar no Brasil do século XX.