A dança do coco é uma manifestação da cultura nordestina, popular entre os povos afrodescendentes e indígenas, permanecendo viva em comunidades aldeadas, quilombolas e de pescadores. A pesquisa sobre sua origem remete aos engenhos de açúcar, na época da escravidão, e referencia a cultura do coco (a fruta), reproduzindo gestos simbolizando sua coleta e quebra.
O folguedo combina dança, música e poesia, e acontece em festas e encontros comunitários puramente lúdicos, de preservação folclórica ou de resistência, onde, em ritmo contagiante, as pessoas se reúnem em roda, e se manifestam pela batida dos pés, do canto e das palmas. Na dança, os participantes costumam trocar “umbigada” como forma de convite para o parceiro dançar no centro da roda.
O ritmo constante e repetido é produzido por instrumentos como tambor, pandeiro, caixa e ganzá. A dança é enérgica, com passos fortes e gestos largos, geralmente liderados por um “tirador de coco” ou uma “tiradora de coco” que canta versos, muitas vezes improvisados, enquanto os demais brincantes respondem em coro.
Os versos incluem temas de resistência, celebração do cotidiano ou de louvor às tradições locais. Na Paraíba, o coco, em suas diversas formas, com destaque para o de roda, sobrevive basicamente no litoral paraibano. Em João Pessoa, o coco é reconhecido oficialmente como patrimônio cultural e imaterial da cidade, desde 2021.