Compras de voto por candidatos, no primeiro turno das eleições, foram reveladas neste domingo (20), pelo Fantástico, na Globo, como o caso de um vereador que teria oferecido dinheiro a eleitores para que usassem um óculos-espiões para filmar o voto e provar que apertaram seu número na urna.
Óculos-espiões no PA
Em Ourilândia do Norte, no Pará, uma mesária suspeitou que eleitores estavam entrando com os mesmos óculos, de espessura grossa, na seção eleitoral. Os óculos tinham uma microcâmera embutida e serviria para que eleitores comprovassem voto no candidato a reeleição Irmão Edivaldo (MDB).
Uma eleitora disse à Justiça Eleitoral que tinha recebido R$ 200 de uma pessoa para votar em Edivaldo. De acordo com o Fantástico, ela relatou que só receberia o dinheiro se comprovasse por meio das filmagens dos óculos ter votado no candidato.
Edivaldo foi preso em flagrante, mas foi solto após pagar fiança. O vereador reeleito chegou a usar uma sessão da Câmara de Vereadores para se defender das acusações, negando o que aconteceu.
Compra de votos por prefeito no MA
Prefeito é acusado de comprar votos em eleição acirrada no Maranhão; ele nega. O candidato Ary Menezes (PP), eleito em Nova Olinda do Maranhão, foi acusado de compra de votos e ameaça a eleitores que não votaram nele. A informação também foi revelada pelo Fantástico. O candidato nega as acusações.
Equipe de Menezes teria comprado votos com dinheiro, materiais de construção e telhas. Ele se elegeu prefeito de Nova Olinda do Maranhão, com dois votos de diferença para Thaynara Amorim (PL), que ficou na segunda colocação. A cidade conta com 14 mil habitantes.
Após notar diferença de votos mínima, equipe de Menezes teria ido cobrar os eleitores que receberam benefícios e não votaram nele. De acordo com o Fantástico, o MPMA (Ministério Público do Maranhão) vai apurar as denúncias.
Em nota, o prefeito eleito disse que a prática da compra de votos fere a democracia e que “a compra de votos deve ser apurada”. Ele se colocou a disposição para esclarecimentos. O vice na sua chapa, Ronildo da Farmácia, negou compra de voto e disse que a campanha foi limpa.
Um eleitor relatou ao Fantástico que recebeu um carregamento de material de construção da campanha de Menezes. Contudo, de acordo com Danilo Santos, Menezes e seu vice foram até sua casa para convencê-lo no voto: “Falei que era 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles falaram para mim que se fosse só isso, já estava tudo comprado. Que no outro dia era para eu ir buscar lá no galpão”. Contudo, após não receber tudo que foi prometido, Santos não votou no candidato, e dois dias depois uma equipe de Menezes teria ido buscar as telhas que haviam sido entregues.
Outra eleitora disse que foi ameaçada de morte após não votar no candidato e em candidata a vereadora apoiada pelo prefeito. “Como eu não peguei o dinheiro, foi o meu marido que pegou, e eu postei nos meus ‘status’ dando apoio para a minha vereadora, me ameaçaram de morte, eu, meu marido e minhas filhas. Que se a gente não votasse neles, eles iam matara a gente”, relatou.
Após as denúncias, prefeito republicou postagens ironizando a reportagem da TV Globo. “É o prefeito mais famoso do Brasil”, publicou Menezes em seu Instagram.
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