JOSIVAL PEREIRA: Blocão não tem vida própria e dificilmente terá candidato a governador

O bloco partidário formado pelo PT, PP e PSC lançará candidato próprio a governador na Paraíba como tem apregoado?

Eis uma questão de solução um tanto complicada?

Outra pergunta talvez sirva para aclarar um pouco mais a situação: o bloco PT-PP-PSC tem vida própria na Paraíba ou depende das articulações nacionais em torno do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff?

A resposta a essa questão parece mais simples: esse bloco partidário não dispõe de vida própria e estará umbilicalmente ligado ao projeto nacional do PT. Só num segundo plano vão entrar os interesses estaduais ou locais.

Assim, surgem as primeiras luzes sobre a primeira questão. Dependendo da orientação nacional, dificilmente o bloco PT-PP-PSC apresentará candidato próprio a governador na Paraíba.

A estratégia nacional defendida pelo ex-presidente Lula é de unidade dos partidos na base aliada nos Estados já no primeiro turno, com orientação para se privilegiar os candidatos mais fortes do esquema.

Além disso, o PMDB em cobrado reciprocidade do PT. Alega que não é justo que os partidos da base se unam para dar a presidência da República aos petistas e eles ainda queiram controlar 19 ministérios e se contrapor aos aliados na disputa pelos governos estaduais.

A tendência, pois, é de que, na Paraíba, prevaleça a vontade do PMDB. No caso, pelo menos o PT deverá compor a chapa com o PMDB, que tentará também, nas negociações em Brasília, atrair o PP e o PSC.

Essa é a verdade.

O problema pode ser local. Qual a estratégia do PMDB? É apresentar candidato único das oposições e ou será necessário ter mais de um candidato para levar o pleito para o segundo turno?

A resposta a essas duas questões depende da decisão do senador Cássio Cunha Lima (PSDB).

Se Cássio for candidato a governador, as oposições precisarão se unir desde o início para tentar garantir a passagem para um possível segundo turno. Essa disputa deverá se ocorrer diretamente com o governador Ricardo Coutinho.

Se Cássio não for candidato, abrem-se duas perspectivas. Na avaliação de que haverá uma disputa equilibrada com o governador Ricardo Coutinho, a opção deverá ser por candidatura única das oposições. Se as pesquisas apontarem uma maior vantagem do governador, a opção deverá ser pelo lançamento de pelo menos duas candidaturas de oposição no intuito de se levar a disputa para o segundo turno. Neste caso, o blocão seria intimado a apresentar candidato ao Governo.

Em suma, o bloco PT-PP-PSC não tem vontade própria e sua participação nas eleições estaduais dependerá de orientação nacional.

É provável, porém, que apresente candidatos em dezembro. Mas, mais provável ainda é que as candidaturas sejam negociadas no processo de formação das convenções, em junho de 2014.