Esta questão – que já era uma das principais preocupações da campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) – se concretizou. Boulos enfatizou diversas vezes que seu número é 50 e não 13, com o qual é associado, tanto pelo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto pela clara afinidade ideológica com o campo progressista.
O receio se materializou. Aproximadamente 48,1 mil eleitores anularam seu voto no último domingo ao digitarem 13. Um levantamento realizado pelo jornal O Globo, com base no Registro Digital de Voto das urnas da cidade, disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, revela que o voto no 13, número do PT, ficou apenas atrás dos que escolheram o número “00”, que somou cerca de 258 mil eleitores.
A margem foi muito próxima, quase empatada. A diferença entre os dois primeiros colocados foi de 25 mil votos. Com estes pouco mais de 48 mil votos anulados erradamente ao digitar 13, Guilherme Boulos teria saído na frente de Ricardo Nunes (MDB) no primeiro turno.
A diferença a favor de Boulos se manteria mesmo com os outros 18 mil eleitores que votaram “22”, que é o número do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiador, mesmo que discreto de Nunes.
Rui Falcão, coordenador da campanha de Boulos e conhecido quadro do PT, também comentou o fato:
“Houve uma confusão de parte de eleitores por conta dos votos em vereador. A população votou 13 no vereador e repetiu a legenda no de prefeito. Agora, sem vereador, deve ficar mais fácil”, disse.
Votos nulos identificados pelo número do voto:
- 00 258.805
- 13 48.121
- 22 18.897
- 99 16.418
- 44 7.158
- 55 7.042
- 20 6.557
- 12 5.823
- 11 5.201
- 25 4.934
As cinco Zonas Eleitorais com mais votos percentualmente no 13 para prefeito:
375 (São Mateus) – 1,3%
397 (Jd. Helena) – 1,29%
404 (Cid. Tiradentes) – 1,24%
371 (Cid. Dutra) – 1,17%
352 (Itaim Paulista) – 1,14%
Informações da Revista Fórum