Rua ainda hoje bastante movimentada, a Maciel Pinheiro é guardiã de um casario bem marcante e revelador de épocas e estilos diferentes, no contexto urbano da cidade de João Pessoa.
O cenário, por sinal, é repetido em várias ruas do seu Centro Histórico, especialmente no perímetro considerado como rigorosamente tombado. A foto, que ilustra esta matéria, que fiz em um domingo, por conta do intenso tráfego de veículos e de gente, durante a semana, no ainda bem ativo comércio da referida via, mostra belíssimo casario, com aspecto geral que indica esforço de preservação patrimonial.
As fachadas têm traços estilísticos que revelam herança colonial e eclética. O prédio em primeiro plano, por exemplo, na esquina da Maciel Pinheiro com a 5 de Agosto, serviu, entre o final do século XIX e primeiras décadas do Século XX, como endereço de notável farmácia, à época, pertencente ao farmacêutico Manoel Soares Londres, que também é nome de rua no centro histórico pessoense.
As varandas têm guarda-corpo (ou parapeito) em estilo balaustrado, com detalhes ornamentais. A parte superior apresenta adorno decorativo do tipo frontão triangular, decorado com singularidades em relevo, e pináculos. Os lampiões, na frente e na lateral, também são itens que se destacam, em harmonia com a estética do edifício.
Desde os seus primeiros anos de existência, há séculos, a atual Maciel Pinheiro sempre foi uma rua vocacionada para o comércio. Por conta disso, já foi chamada exatamente de Rua do Comércio, mas também das Convertidas, Conde d’Eu e finalmente Maciel Pinheiro.
A denominação final homenageia ilustre figura nascida na capital da Paraíba, na fase imperial brasileira, amigo e admirado pelo poeta Castro Alves, seu colega na Faculdade de Direito do Recife, se destacando na defesa da República. Até já falamos sobre ele.
Assim é João Pessoa, cidade bem acima da marca dos quatro séculos, necessitada de uma efetiva conservação de seus sítios históricos a fim de lhe garantir não só a preservação memorial, mas também o respeito e o destaque no conjunto das cidades turísticas em geral.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba