Setembro é um mês que nos convida a refletir sobre um tema delicado e muitas vezes silenciado: a prevenção ao suicídio. O Setembro Amarelo não é apenas uma campanha de conscientização; é um lembrete de que as dores que muitos enfrentam não devem ser ignoradas. A luta contra os transtornos mentais é invisível para muitos, mas devastadora para quem a vive.
É comum ouvirmos frases como “estou aqui se precisar” ou “pode contar comigo”. No entanto, para aqueles que sofrem de problemas emocionais, essas palavras muitas vezes soam vazias. A realidade é que muitos se sentem sozinhos, envergonhados e até mesmo culpados por suas dores. A sociedade, em sua maioria, ainda tem uma visão distorcida sobre a saúde mental. Aqueles que enfrentam esses desafios são frequentemente rotulados como “loucos” ou considerados como se estivessem apenas tentando chamar atenção. Essa estigmatização não apenas agrava o sofrimento, mas também impede que muitos busquem a ajuda de que precisam.
É fundamental entendermos que a dor emocional não é menos real do que a dor física. As cicatrizes invisíveis podem ser mais difíceis de curar, digo por experiência própria. É importante nos atentarmos aos detalhes das pessoas que nos cercam, percebendo sinais que podem passar despercebidos. Um olhar distante, um sorriso forçado ou um silêncio prolongado podem ser indícios de uma luta interna. É nosso dever acolher, ouvir e, acima de tudo, não julgar.
Certa vez ouvi de uma amiga psicóloga, que quando nos dispomos a ouvir a dor de alguém sem preconceitos, oferecemos um espaço seguro para quem amamos, por isso, acolher a dor do outro é um ato de amor e solidariedade.
Neste Setembro Amarelo, que possamos nos comprometer a ser mais atentos e acolhedores. Que possamos lembrar que cada pessoa tem sua própria história e que, por trás de cada sorriso, pode haver uma batalha silenciosa. Ao invés de julgarmos, que possamos estender a mão e oferecer apoio, e que quando o setembro se for, a luta contra os transtornos mentais e a prevenção ao suicídio continuem.