PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O homem é Pedro! - Por Sérgio Botelho

Recebi neste domingo, 25, do amigo José Mário Espínola, notável cardiologista pessoense, além de admirável cronista, acesso a um filme

Recebi neste domingo, 25, do amigo José Mário Espínola, notável cardiologista pessoense, além de admirável cronista, acesso a um filme realizado quando da comemoração dos 100 anos do ex-governador Pedro Gondim, natural de Alagoa Nova, comemorados em 2014.

A fita, de iniciativa da Fundação Ulysses Guimarães, do MDB, realizada em parceria pelos Porta Cênica, CCA Comunicação e Bolandeira @rte e mídia, foi dirigida pelo laureado cineasta, jornalista e produtor cultural, Lúcio Vilar, professor da UFPB. Intitulada “O Homem é Pedro”, a peça nos remete a um momento inesquecível da política paraibana.

Falo da campanha do então governador em exercício (por conta do adoecimento do titular), Pedro Moreno Gondim, ao governo do estado. Tradicional filiado ao Partido Social Democrático (PSD), sigla pela qual havia sido eleito vice-governador do Estado, em chapa de pacificação encabeçada pelo empresário Flávio Ribeiro Coutinho, Pedro Gondim foi rifado pelo seu partido como candidato ao governo, na eleição de 1960.

Rebelou-se, se inscreveu no Partido Democrata Cristão (PDC), e cunhou a enérgica frase “prefiro ser expulso por rebeldia a ser condecorado por subserviência”. Para completar, por onde você passasse, perguntasse ou fosse perguntado por “quem é o homem?”, a resposta estava na ponta da língua: “o homem é Pedro!”.

Garrafões no Ponto de Cem Reis arrecadavam dinheiro popular para a campanha. Foi demais para o seu principal concorrente, o deputado federal Janduhy Carneiro, irmão do senador Rui Carneiro (ex-interventor do estado), que concorria pelo PSD.

Ao fim e ao cabo, Gondim venceu na proporção de 55% a 44% nas eleições de 3 de outubro. Em João Pessoa a vitória foi acachapante: 67% contra 33%. Pedro Gondim governou o estado entre 1961 e 1966, com atenção à cultura e aos movimentos sociais. Foi cassado pela ditadura militar em 13 de dezembro de 1968, junto com o AI-5.

Na década de 1980, filiado ao MDB, participou ativamente das atividades políticas pela redemocratização do Brasil. Faleceu em 26 de julho de 2005, aos 91 anos.

A foto de Pedro Gondim é da época

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba