Houve tempo em que a atual Avenida Juarez Távora, como continuidade da antiga Estrada de Tambaú (hoje, Deputado Odon Bezerra e Monsenhor Walfredo Leal), tinha início na Praça da Independência.
Atualmente, a mencionada via começa na Avenida Epitácio Pessoa (já que o trecho Praça da Independência-Epitácio passou a se chamar João Bernardo de Albuquerque), atravessa a poderosa avenida Rui Barbosa, faz uma longa curva, feito um bumerangue, no tradicional bairro da Torre, cruza a gigante avenida Pedro II, e esbarra na Avenida José Américo de Almeida, a movimentadíssima Beira Rio, como se quisesse voltar para a Epitácio.
É uma rua da primeira metade do Século XX, assim como acontece com a comunidade da qual é parte física relevante. Bem no início, na Praça Marco do Lions, que margeia a Epitácio Pessoa, havia uma das mais tradicionais salas de cinema de João Pessoa, no caso, o Cine Metrópole, ponto cultural de tanta importância que é possível encontrar, ainda hoje, quem chame a dita praça Marco do Lions, de Praça do Metrópole.
Presentemente, a Juarez Távora funciona como uma via muito movimentada, porque endereço de clínicas, lojas, armazéns e colégios. Mas, além do antigo Cinema Metrópole, ela abriga um outro endereço de grande significado para a saúde pública pessoense, que é o Lactário da Torre. Daí, até o encontro com a Pedro II, a Juarez Távora é essencialmente residencial.
O homenageado, Juarez Távora, foi um militar nascido no Ceará, mas que esteve escondido em João Pessoa, após participar da famosa Coluna Prestes, que, nos anos 1920, percorreu o Brasil, sob o comando de Luis Carlos Prestes, lutando contra as oligarquias e almejando um governo liberal e civil. Na capital paraibana transitou entre três esconderijos diferentes: Tambaú, Tambiá e Santa Rita, sempre procurado pelo Exército.
Nessa época, Távora teve participação ativa na chamada Revolução de 1930, juntamente com os paraibanos Antenor Navarro e José Américo, assumindo, depois da posse de Vargas, o comando revolucionário de todo o Norte, que incluía não apenas a região amazônica, mas também a nordestina.
Ainda durante o Estado Novo, foi ministro da Agricultura, mas rompeu com Getúlio após o golpe de 1937. Candidatou-se à presidência da República nas eleições presidenciais de 1955, quando enfrentou Juscelino, Ademar de Barros e Plinio Salgado, ficando em segundo lugar, apenas 5% de votos atrás do vencedor.
Juarez Távora, que atingiu o posto de General de Exército, faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1975, após aderir ao Golpe de 1964, a partir de quando ocupou o Ministério da Viação e Obras Públicas.
Na foto à esquerda, o início da avenida Juarez Távora, onde se vê, à esquerda, parte da Praça Marco do Lions, e à direita, o muro lateral do antigo Cine Metrópole. Na segunda foto, outra parte da Juarez Távora, tendo ao fundo o Lactário da Torre e a avenida Rui Barbosa, com a editora de livros Ideia, na primeira esquina, à direita.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba