Durante o período de 1897 a 1968, vinculado à Igreja Católica e com gráfica própria, funcionou na capital paraibana o jornal A Imprensa, no que pese algumas interrupções (entre 1903 e 1912, por exemplo, saiu de circulação por problemas financeiros, enquanto em 1942, três anos antes de o Estado Novo cair, Rui Carneiro, interventor da Paraíba, mandou fechar o jornal).
Quem formulou e pôs a ideia em prática foi o primeiro bispo, mas também primeiro arcebispo, Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, que geriu o catolicismo na Paraíba entre 1894 e 1935, enquanto bispo e arcebispo.
Dentro da perspectiva de romanizar a Igreja no estado, ou seja, de estreitar os laços com o Vaticano, Dom Adauto entendeu de pôr em funcionamento um órgão de divulgação do pensamento e das atividades da igreja. Isso, paralelamente à organização de colégios confessionais, de um seminário, de círculos operários e, aos poucos, da extinção de muitas irmandades de leigos, quando entregou o comando das igrejas ao clero secular.
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A política, na verdade, era do Vaticano, frente à laicização em curso nos Estados Nacionais (no Brasil, desde 1889, foi instalada a República com a consequente separação entre Igreja e Estado) e o avanço do protestantismo e das ideias socialistas – ambos, de forte penetração nas camadas populares -, com a consequente necessidade de unificar o pensamento católico.
Tanto assim que, ao mesmo tempo de A Imprensa, outros impressos católicos circularam na Paraíba e em outros estados brasileiros. Em sua trajetória, o jornal da praça Dom Adauto veiculou notícias regulares, crônicas, poemas e artigos escritos por gente da elite pensante e conectada com a Igreja.
O fechamento de A Imprensa, durante a ditadura Vargas, já referido, mostra como era difícil o convívio entre imprensa e Estado, o comum a todas as Unidades da Federação. Ao lado de outros jornais editados na Paraíba, ao longo do tempo, A Imprensa se constitui em excelente fonte de informações históricas.
O primeiro prédio da foto, na Praça Dom Adauto, foi onde funcionou A Imprensa.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba
