Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Ruas Manoel Soares Londres e Francisco Soares Londres - Por Sérgio Botelho

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Ruas Manoel Soares Londres e Francisco Soares Londres - Por Sérgio Botelho

Não é a mesma coisa de outros tempos, mas ainda hoje há farmacêuticos na cidade que inspiram confiança quando da receita de medicamentos a diversos tipos de doenças menos complexas. Antigamente, essa confiança era ainda maior, tempos dos chamados ‘indigentes’ dos precários serviços de Saúde. Estamos falando de farmácias mais identificadas com os seus proprietários, farmacêuticos, que acabavam granjeando popularidade. Em João Pessoa, por exemplo, pelo menos três deles nomeiam ruas tradicionais no Centro Histórico. Sobre um, até já falei outro dia, no caso, Antônio Rabelo, que dá nome a uma pracinha na confluência das ruas Cândido Pessoa, Henrique Siqueira, Cardoso Vieira e Game a Melo, no Varadouro. Foi ele quem inventou a tradicionalíssima Água Rabelo. Os outros dias, descobri-os em pesquisas recentes, e são irmãos: Francisco Soares Londres e Manoel Soares Londres. Ambos exerceram suas profissões na primeira metade do século passado, e têm como referência mais expressiva uma tradicional farmácia com o nome Londres, na Maciel Pinheiro. A rua Manoel Soares Londres, que já foi Travessa Riachuelo, fica entre as ruas Riachuelo e Silva Jardim, no Centro. A Francisco Londres liga as ruas da República e Desembargador Trindade, no Varadouro, dando continuidade à Visconde de Itaparica. Se acrescentadas as ruas Nina Lima e Visconde de Itaparica, acaba se ligando à Avenida João Machado. Manoel Soares Londres chegou a presidir a Associação Comercial da Paraíba. Segundo o médico João Medeiros Filho, em uma de suas boas Crônicas Terapêuticas, pela Internet, intitulada “O Respeitável Seu Nhôzinho” (como era mais conhecido o farmacêutico), o homenageado com seu nome na referida artéria do Centro chegou a ser eleito vereador da cidade. “O farmacêutico passou a gozar de grande conceito perante a sociedade, não apenas pela sua competência profissional, mas pela sua bondade e dedicação aos pobres”, conforme Medeiros, adiantando que na Farmácia Londres costumavam se reunir “figuras representativas da sociedade”. A Câmara Municipal de João Pessoa doou, em 1954, um túmulo no Cemitério Senhor da Boa Sentença à família do senhor Francisco Soares Londres, “ilustre farmacêutico”, conforme o texto da lei. Manoel Soares Londres teria falecido em 1956, no Rio de Janeiro.

A imagem, do Google Street View, é da Rua Francisco Londres na altura do Terminal de Integração, no Varadouro.