PAULO SANTOS: VENÉ E AS DERROTAS DO PMDB

Veneziano

O ex-vereador e ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego (PMDB), está diante do maior desafio político de sua vida: conquistar a principal cadeira do Palácio da Redenção. E isso acontece num período extremamente conturbado da política paraibana em face de uma série de indecisões.
Até agora tem apenas dois adversários praticamente definidos na luta pelo mesmo espaço: o próprio governador Ricardo Coutinho (PSB) e o deputado federal Major Fábio (que ingressou no recém-criado PROS). É pouco? Pode ter ainda o tucano Cássio Cunha Lima pela frente.
A missão de Vené é árdua, inclusive por causa do histórico do PMDB nas mais recentes eleições para o Governo do Estado: a última vitória foi em 1998, com José Maranhão, amargando derrotas consecutivas em 2002 (com Roberto Paulino), em 2006 (com Maranhão, que venceu disputa com Cássio no tapetão em 2009) e novamente com Maranhão em 2010.
O pré-candidato do PMDB começa a afinar o discurso, sobretudo com um tom desafiador por avaliar algumas circunstâncias que devem envolver o pleito do próximo ano, tentando dar a volta por cima das catástrofes dos últimos anos em que seu partido perdeu a hegemonia no Estado.
A isso se somam os fiascos do PMDB na campanha eleitoral passada quando o partido acrescentou, ao histórico de derrotas, as malogradas tentativas de conquistar a Prefeitura de João Pessoa e manter o domínio da edilidade campinense, tendo sido desbancado respectivamente pelo PT e pelo PSDB.
É provável que o eleitorado paraibano conheça um novo Veneziano durante a próxima campanha. Ele já deu mostras, sábado passado em Mamanguape, de que pretende deixar o bom mocismo em casa e partiu para um tom mais agressivo durante o encontro dos peemedebistas.
Ouviu-se o jovem ex-prefeito dizer, por exemplo, que os adversários tremem quando o PMDB entra em campo na luta político paraibano. Mero jogo de palavras porque, tomando-se por base o histórico anterior das disputas, o PMDB é forte, robusto, encorpado, com representação em todos os municípios, mas mostrou-se frágil nas três últimas empreitadas.
Nessa avaliação de circunstância entrará, de agora em diante, a importância do irmão do pré-candidato, senador Vital, que pode montar no cavalo do Ministério da Integração se ele passar selado. Isso dará força descomunal ao candidato peemeebista, mas servirá tão somente como ponto de equilíbrio contra a “máquina” administrada pelo governador Ricardo Coutinho.