Entre as diversas obras de artes que adornam interiores e exteriores de prédios em João Pessoa, tem a do artista plástico Miguel dos Santos, no muro lateral da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, com endereço na Rodrigues de Aquino, 267.
Contudo, a obra de arte, em cerâmica, 15m X 4m, datada de 1986, fica na perpendicular Alice de Azevedo, já que o prédio da APCP é de esquina. O alto relevo mostra a catraca de uma bolandeira, girando sobre a moenda que tritura a cana para produzir o açúcar, cujos dentes estão representados por cabeças, honrando os trabalhadores que moldaram a história econômica da Paraíba.
Miguel dos Santos, nascido em Caruaru-PE, mas que adotou João Pessoa como moradia, é notável por integrar referências culturais nordestinas, junto a mitos indígenas e africanos. Santos é reconhecido por suas esculturas em cerâmica, mármore e madeira, que frequentemente exploram temas do realismo mágico e do folclore brasileiro.
Esteve presente em importantes exposições no Brasil e no exterior, e em instituições de destaque como o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Num dos principais cartões postais da cidade, o Parque Solon de Lucena (Lagoa), há um outro monumento de autoria de Miguel dos Santos, “A Pedra do Reino”, uma escultura com 8,5 metros de altura feita de cerâmica, aço e concreto.
A arte presta homenagem à vida e à obra do escritor, poeta e teatrólogo paraibano Ariano Suassuna. O movimento Armorial, liderado por Suassuna, teve a participação ativa de Miguel dos Santos. No topo, o memorial apresenta a imagem do seu pai (de Ariano), o ex-presidente da Paraíba, João Suassuna, e a do próprio homenageado.
Miguel dos Santos continua ativo no cenário artístico e suas obras estão presentes em acervos de instituições culturais, no Brasil e no exterior.
Nas fotos, o painel da Associação dos Plantadores de Cana e o monumento a Ariano, na Lagoa
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba