Cuidados alimentares

VILÕES DO PRATO: alergia, intolerância e sensibilidade à lactose; Entenda as diferenças e os riscos para a saúde

Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba
Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba

Os alimentos têm um papel muito importante para nossa saúde ao fornecerem nutrientes essenciais para o organismo. No entanto, para muitas pessoas, alguns alimentos podem se transformar em vilões. Isso ocorre devido a alergias, intolerâncias e sensibilidades alimentares, que podem resultar em desconfortos e até representar riscos à saúde.

É importante destacar que existem grandes diferenças entre as reações que cada desses desenvolve no organismo. Em uma matéria divulgada pelo CNN, o médico alergista e imunologista, chefe do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, Leonardo Medeiros afirmou que a diferença está no mecanismo causal e nos riscos, sendo a alergia alimentar a única que pode se relacionar a quadros graves

Para facilitar o entendimento, abaixo explicamos melhor cada uma dessas complicações alimentares:

Alergia alimentar

A alergia alimentar é um “erro” do sistema imunológico, que identifica um alimento como uma ameaça e, para se defender, libera substâncias químicas, causando os sintomas alérgicos como coceira, inchaço, náuseas, vômitos, diarreia e, em casos graves, até mesmo choque anafilático.

Os alimentos que costumam causar mais casos de alergia são leite, ovos, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e crustáceos.

Os sintomas geralmente surgem em minutos ou até duas horas após a pessoa ingerir o alimento.

De acordo com o médico entrevista pelo CNN, o diagnóstico é feito por exames laboratoriais, testes cutâneo-alérgicos ou teste de provocação com o alimento. E o tratamento mais indicado é exclusão do alimento da dieta daquele paciente.

Intolerância alimentar

Já a intolerância alimentar é um problema digestivo, onde o corpo não possui enzimas ou proteínas específicas para processar determinados alimentos.

Um exemplo clássico é a intolerância à lactose, onde a deficiência da enzima lactase impede a digestão do açúcar do leite, causando gases, inchaço, diarreia e dor abdominal. Outros exemplos incluem intolerância ao glúten e à frutose.

Os sintomas da intolerância geralmente são menos graves e mais tardios do que os da alergia, podendo levar horas para serem sentidos.

O diagnóstico pode ser feito por testes específicos, como o teste de intolerância à lactose.

“O tratamento é a exclusão do alimento da dieta ou o paciente pode optar por produtos sem o componente relacionado à intolerância, como os derivados lácteos sem lactose, além da reposição da enzima lactase”, explicou o médico.

Sensibilidade alimentar

A sensibilidade alimentar, por sua vez, envolve uma reação individualizada do organismo a um determinado alimento, podendo gerar sintomas diversos como fadiga, dores de cabeça e problemas de pele.

Diferentemente da alergia e da intolerância, os testes tradicionais nem sempre identificam a sensibilidade alimentar. O diagnóstico muitas vezes se baseia em observação clínica, registro alimentar detalhado e testes de eliminação, onde o alimento suspeito é retirado da dieta por um período e os sintomas são monitorados.

“Sensibilização alimentar significa que um indivíduo tem algum anticorpo contra um alimento, o que necessariamente não indica alergia alimentar, a menos que apresente sintomas”, explica Marisa Rosimeire Ribeiro, médica preceptora do Ambulatório de Alergia e Imunologia Clínica do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).

“É muito comum encontrarmos pacientes com exames mostrando sensibilização a alimentos e que consomem esses alimentos sem sintoma algum. É importante saber quando pedir exames, o que esperar e como interpretá-los adequadamente para não rotular os pacientes e indicar dietas restritivas sem embasamento, uma vez que a exclusão total de algum alimento pode predispor alergia quando esse alimento é reintroduzido”, completa.

Na dúvida se o paciente é apenas sensibilizado ou alérgico a determinado alimento, os profissionais indicam a exclusão por um período limitado (2 semanas, por exemplo) e supervisionar a reintrodução para observar se a pessoa apresentará sintomas específicos.