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FEBRE OROPOUCHE: entenda a doença que acende o alerta para grávidas e pode causar microcefalia em bebês

Foto: reprodução
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No último dia 12 de julho, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou o primeiro caso da febre oropouche na Paraíba. O paciente, um homem de 34 anos, morador de João Pessoa, procurou atendimento médico ao apresentar sintomas semelhantes aos da dengue, depois  de ter voltado de uma viagem ao estado de Pernambuco. O diagnóstico para a febre foi confirmado por meio de exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB).

Recentemente, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica recomendando vigilância intensificada para a transmissão do vírus oropouche, com atenção redobrada para mulheres grávidas, devido a possibilidade de passar da mãe para o bebê durante a gestação. Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas identificaram evidências de transmissão do vírus. Essa forma de transmissão, chamada de vertical, foi observada em casos de bebês com microcefalia.

A febre oropouche é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus oropouche, um arbovírus transmitido principalmente por mosquitos, o mosquito maruim — também chamado de “muruim” —, comum no território paraibano. A transmissão ocorre por meio dos mosquitos infectados.

A doença possui dois ciclos distintos, sendo eles o ciclo silvestre, que afeta macacos, bichos-preguiça e aves silvestres, transmitida por mosquitos como Aedes serratus e Coquillettidia venezuelensis. E ciclo urbano, que afeta exclusivamente seres humanos, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como borrachudo ou maruim.

Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, por isso, é necessário que, ao apresentá-los, a população procure o serviço de Saúde mais próximo para receber o tratamento adequado. Entre os principais sintomas estão: febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas, vômitos.

Não há vacinas ou medicamentos antivirais específicos para a febre oropouche. O tratamento indicado é, sobretudo, para amenizar os sintomas apresentados e a evolução dos casos geralmente é benigna, com resolução em aproximadamente uma semana. Pode ser feito o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. Em casos graves, pode ser necessária terapia antiviral com ribavirina.

Os estudos realizados detectaram a presença de anticorpos contra o vírus oropouche em bebês com microcefalia, reforçando a possibilidade dessa transmissão. No entanto, ainda não há confirmação de que a infecção durante a gestação seja a causa direta das malformações neurológicas observadas nos bebês.