Justiça

Câmera corporal mostra tiro de policial em mulher que ficou cega - VEJA VÍDEO

A vendedora Daiane Cristina Santos perdeu a visão do olho direito e passou por uma cirurgia para reconstruir parte da face.

Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

Uma câmera corporal de policiais militares registrou o momento em que uma mulher de 34 anos foi atingida por um disparo de um policial militar à queima-roupa no olho em dezembro do ano passado, em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo.

A vendedora Daiane Cristina Santos perdeu a visão do olho direito e passou por uma cirurgia para reconstruir parte da face. Ela foi atingida enquanto tomava conta de um bar da família, que fica perto de um ponto de venda de drogas.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou à época que, por volta das 20h do dia 6 de dezembro, dois policiais que estavam na rua Dona Eloá do Valle Quadros avistaram um suspeito traficando drogas no local. Ele teria fugido ao perceber a aproximação da equipe.

Na imagem, obtida pela TV Globo, o soldado Diogo Britto Teixeira dirigia a viatura ao lado de Leonardo da Conceição Gomes Ferreira. A câmera corporal que registrou o momento era acoplada na farda do soldado Leonardo.

De acordo com a polícia, o homem suspeito de traficar drogas pegou algo que estava preso por uma corda e saiu do local. O soldado Leonardo então desceu do carro e foi verificar o objeto que estava pendurado.

Com a mesma mão em que segurava a pistola, ele puxou o fio. Naquele momento, a arma disparou e perfurou um toldo, na direção onde Daiane Cristina Santos estava sentada, cuidando do bar da irmã.

Na sequência, o policial voltou para a viatura e percebeu que Daiane estava sangrando. Os PMs decidiram socorrê-la, e foram para um hospital da região. No caminho, o policial afirmou que a bala não saiu da arma dele.

A Polícia Militar chegou a instaurar um inquérito para apurar o caso no ano passado. De acordo com um laudo obtido pela TV Globo, o soldado Leonardo Ferreira, que efetuou o disparo, cometeu falta de procedimento operacional ao tentar pegar o objeto que estava amarrado ao lado da adega, com a mesma mão que segurava a arma, e que, por isso, a arma disparou acidentalmente.

O que a vítima diz

Em dezembro passado, ao Metrópoles, Daiane disse não acreditar que o disparo tenha sido acidental ou que o policial tenha se confundido.

“Não tinha ninguém lá. Eu vi as viaturas chegando. O policial desceu com a arma já em punho. Eu estava sentada, assistindo Tik Tok. Dei boa noite, ele me deu um tiro. Não tinha como confundir. Eu estava sozinha no estabelecimento trabalhando”, disse Daiane.

“Eu nunca mais vou enxergar na minha vida. Só de estar viva é um grande milagre. Do modo que aconteceu, não era nem para eu estar aqui. Só quero Justiça”, completou ela.

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Metrópoles