Concebido e executado na década de 1920, foi na segunda metade dos anos 1930, no governo Argemiro de Figueiredo, entretanto, que o Parque Solon de Lucena ganhou a conformação estética que mais corresponde aos dias de hoje, quando adornado com árvores de diversas espécies locais e de outras regiões do país, tendo o leito da rua do seu anel interno recebido calçamento a paralelepípedos, e sido inaugurados ainda o Cassino de Verão e a fonte luminosa.
A reforma fazia parte de um projeto de urbanização da capital (Plano de Remodelação e Extensão para a Capital Paraibana e a Vila de Cabedelo), elaborado pelo arquiteto pernambucano, formado pela Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro, Nestor Egydio de Figueiredo, então, pela segunda vez, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (na época, também ocupado em intervenções urbanísticas no Recife).
Por orientação do governo federal originado pela Revolução de 1930, fazia parte de um ideário de reformas nas cidades brasileiras, destino cada vez maior do processo migratório campo-cidade, no país. No caso pessoense, a cereja do bolo era o novo porto da cidade (inaugurado em 1935), em Cabedelo.
No interior desse processo, todo o centro de João Pessoa foi remexido, com ruas alargadas e/ou retificadas, e pavimentadas, enquanto novas vias eram abertas. Um das novas ruas foi a atual Getúlio Vargas, com 50 metros de largura, identificada no plano como um “parkway”, portanto, entendida como uma via urbana projetada tanto para o tráfego de veículos quanto para a estética e a recreação.
“Trabalha-se na abertura de duas avenidas em que se bifurcará o parkway, uma das quais atingirá a Praça da Independência, atendendo, assim, com a avenida Epitácio Pessoa, ao tráfego do litoral, tanto de Tambaú como para Cabedelo”, explicou Nestor de Figueiredo em entrevista ao jornal A União.
Ao tempo que se abriu a Getúlio Vargas, também foi construído o Instituto de Educação, atual Lyceu Paraibano, num grande terreno até então abandonado e inóspito, segundo descreve a matéria do jornal oficial paraibano.
Hoje, a Getúlio Vargas, continua abrigando o Lyceu, a Primeira Igreja Batista (1956), assim como um casario nobre (formado por antigas residências), em dois pavimentos, que presentemente serve a iniciativas particulares diversas, datado das décadas de 1940 e 1950.
Outras construções importantes são os prédios residenciais Santa Rita (1960) e Caricé (1967), e o antigo prédio da Reitoria da UFPB (hoje servindo à Previdência Social), inaugurado em 1968.
A avenida Getúlio Vargas, uma das mais belas da capital paraibana, segue como um dos nossos principais roteiros de tráfego urbano, não apenas ligando o Centro às praias e a Cabedelo, em conformidade com o projeto original, como a diversos outros bairros de João Pessoa, especialmente aos da Zona Leste da cidade.
(As fotos representam a avenida Getúlio Vargas, com destaque para o seu casario histórico e os edifícios residenciais Caricé, à direita, e Santa Rita, à esquerda, e o Instituto de Educação, o Lyceu, em fase final de construção)
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba