Quem defende a preservação do Centro Histórico de João Pessoa jamais esquecerá a derrubada do antigo prédio de A União, localizado no lado norte da Praça João Pessoa.
O edifício formava um conjunto arquitetônico bem mais harmônico do que o atual, na companhia do que restou do velho bloco jesuítico (Faculdade de Direito e Palácio do Governo) e do prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba (originalmente, Escola Normal).
O prédio que serve à Assembleia Legislativa da Paraíba, erguido no lugar de A União, desorganizou um visual bem menos desconjuntado do que o observado atualmente, naquele logradouro. Mas sabe aquela história de que “vão-se os anéis, mas que fiquem os dedos”?
Pois bem, em situações de perda patrimonial, realmente passa a ter significado preservar o que se apresenta como importante. Neste sábado, 06, falamos sobre o tombamento do painel “Assembleia da Pacificação”, de Flávio Tavares, afixado na parede direita de quem entra no hall do tal prédio que serve ao poder legislativo. Boa a decisão do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico do Estado da Paraíba!
A mesma coisa podemos dizer do tombamento de um painel de aço escovado, representando de maneira abstrata a “Pomba da Paz”, como denominou o autor da obra, o artista plástico paraibano Raul Córdula, na parte frontal do prédio do Legislativo.
Dessa forma, Córdula perenizou, em João Pessoa, à sua arte e engenho, a ideia de simbolizar a paz por meio de uma pomba, adotada pelo artista plástico espanhol Pablo Picasso, então, pai de uma criança recém-nascida chamada Paloma (pomba, em espanhol), no Congresso Mundial pela Paz, em 1949.
O painel, segundo o decreto que o tombou, possui 12.00m por 6,00m, perfazendo um total de 72.00m², estando preso à parede de mármore travertino acima da porta principal da fachada frontal do edifício referido.
Córdula, hoje, já acima das 8 décadas de vida, criou o painel em 1973, e o providencial tombamento ocorreu em 20 de junho de 2000, garantindo sua preservação e proteção contra modificações ou destruição, de ora em diante.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba