Opinião

Sem povo eleição perde o brilho - Por Radomécio Leite

Pandemia chegou (2020) como catástrofe humanitária e foi agravada por Bolsonaro negacionista perseguindo os governadores

Foto: reprodução
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Sem povo, a última eleição municipal ocorrida em 2020 foi esquisita, caótica e sem brilho. País caiu no abismo com a saída de Dilma (2016) interrompendo obras e programas sociais. Temer assumiu (2016) e mergulhou o país no marasmo com desemprego, fome, miséria e ainda veio Bolsonaro (2019) afundando no caos, aumentando o sofrimento e a desesperança do povo no futuro de sua própria existência.

Pandemia chegou (2020) como catástrofe humanitária e foi agravada por Bolsonaro negacionista perseguindo os governadores dos estados nordestinos, que enfrentaram e venceram a crise tendo a ciência como aliada. Na Paraíba, o governador João Azevêdo conduziu com maestria as soluções diante da ameaça da COVID, com Bolsonaro de costas para a Paraíba.

Antevendo a gravidade, o governador agiu estrategicamente para cuidar do povo, não deixando faltar nada nos hospitais, abriu hospitais de campanha e ampliou novos leitos. Criou o “Tá na Mesa” e o “Prato Cheio” garantindo comida para o povo, tocou obras enquanto foi possível diante das restrições sanitárias, manteve o estado funcionando e as finanças equilibradas sem comprometer nem durante, nem na retomada pós pandemia.

Sem compreender a dimensão da cadeira que estava sentado, Bolsonaro continuou de costas para o Nordeste, demonstrando um comportamento descortês e esdrúxulo com os governadores. O Brasil tinha um presidente menor do que a cadeira que estava sentado.

Tudo isso era 2020, ano da eleição municipal, que ficou na incerteza se iria acontecer ou não. O TSE dilatou de outubro para novembro o dia do pleito, com restrições sanitárias para convenções e comícios sem aglomerações. Desemprego, fome, mortes causadas pela COVID-19, armamentismo, cercadinho, ódio, fake news, motociatas, aglomerações, antivacina e ameaça de golpe era a pauta retroalimentada diariamente pelo bolsonarismo que atormentava a paz e a esperança do povo, já abalado pela pandemia.

Democracia foi posta à prova em 2020 diante do bolsonarismo e da pandemia. Povo ficou em casa com medo, esvaziando convenções, comícios, que saíram das ruas para o computador ou celular. Carreata foi proibida, com razão. Com isso, campanha ficou sem graça, ruas em silêncio, sem carreatas, charangas, abraços, cores e bandeiras que sempre embalaram fazendo brilhar a essência cívica da expressão popular nas campanhas eleitorais.

Calado pelo sofrimento e ameaças do futuro, povo foi às urnas e deu o recado derrotando candidatos (as) que seguravam no fuzil de Bolsonaro na maioria das capitais e grandes cidades do país, governadores do nordeste comandaram vitória dos seus aliados na maioria esmagadora dos municípios em seus estados, indicando prenúncio claro do fim da era Bolsonaro já em 2020.