Um projeto chamado "vergonha" - Nilvan Ferreira

Quem disse que é obrigação do estado, enquanto gerenciador da coisa pública, entregar o que pertence ao povo, de forma descarada e descabida, para que empresários, sejam de que ramo for, ergam seus negócios privados, em transações nefastas, pouco explicadas?

Que explicações apresenta o Governo do Sr. Ricardo Coutinho para justificar a sua intenção de se desfazer de uma importante área, pertencente ao povo, portanto, pública, minha e sua, apenas afirmando que no local será construído um investimento gigantesco?

Essa coisa tá fora da ordem. Cheira a escândalo. Beira a desonestidade. Necessita de um debate mais aprofundado sem o chicote da mordaça sempre usado pelo atual mandatário do Palácio da Redenção para evitar o bom debate.

Meu Deus. Como pode o atual governo querer entregar, de mão beijada, um terreno que possui mais de 90 mil metros quadrados, numa área em pleno desenvolvimento imobiliário, num dos locais mais habitados da nossa cidade, sem a mínima clareza do negócio?

Fica até parecendo que alguém deseja pagar alguma promessa ou favor ou tenta firmar negócios que podem envolver coisa futuras. Levanto esse tipo de hipótese porque nada até agora foi colocado como justificativas plausíveis ou sensatas. O que não se justifica, deixa brechas para as dúvidas, questionamentos.

Roberto Santiago é o beneficiado com a doação do terreno. Está oferecendo através de uma outra pessoa um imóvel que, segundo informações, estaria sob júdice e pode pertencer ao mesmo estado que aceita participar da negociação. As primeiras avaliações mostram que o terreno a ser doado pode está avaliado em mais de 100 milhões de reais, enquanto o segundo terreno, que será dado em troca vale pouco mais de 10 milhões.

Está claro que algo precisa ser explicado de forma correta. A pressa para que a Assembléia Legislativa vote o projeto enviado pelo governo é outro agravante. Tudo seria feito à toque de caixa, rápido, sem a menor discussão, longe da opinião pública.

E esse é o problema do atual governo. Pensa, imagina que tudo pode ser feito na surdina, no melhor estilo “rolo compressor”. E a coisa não é bem assim. A ação do governo, neste caso específico, merece a intervenção veemente do Ministério Público, da Justiça Paraibana e da OAB.