Esperado no porto de Cabedelo entre os dias 23 e 24 de fevereiro de 1942, segundo informações do Diário Carioca, edição de 8 de abril de 1942, o navio Cabedelo, que zarpara da Filadelfia em 14 de fevereiro do referido ano, nunca chegou, nem seus destroços jamais foram encontrados.
Carregado com mais de 2 mil toneladas de carvão, com destino ao Rio de Janeiro, a embarcação teria sido torpedeada e afundada, no Atlântico Norte, por um submarino, provavelmente italiano, causando a morte de todos os seus 55 tripulantes. O Cabedelo, na hipótese de ter sido atacado em 14 de fevereiro, conforme é sugerido por pesquisadores, teria sido assim o primeiro navio brasileiro afundado por submarinos do Eixo Alemanha-Itália-Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, mesmo sem o Brasil ter declarado guerra ao nazifacismo, oficialmente.
Embora desde janeiro de 1942 o país houvesse cortado vínculos diplomáticos com aquelas nações. Batizado com o nome Prússia, segundo a matéria do Diário da Noite, a embarcação havia sido construída em 1913 nos estaleiros da Companhia Flensburger Schiffbau, na cidade de Flensburg, na Alemanha, com capacidade de deslocar 3.557 toneladas brutas e 2.180 líquidas, nos seus mais de 111 metros de comprimento.
Durante a Primeira Guerra Mundial, ele havia sido apreendido em porto brasileiro, já que o país se encontrava em guerra contra a Alemanha. Depois disso, em 1917 passou ao controle da companhia de navegação Lloyd Nacional, sendo então batizado com o nome do porto paraibano. A incrível verdade é que até hoje não há uma explicação considerada definitiva para o desaparecimento do Cabedelo.
Sobre o navio, assim resume a história um verbete no site alemão Wreck, traduzido para o português: “Navio apreendido pelo Brasil quando entrou na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha. 14.02.1942: zarpou de Filadelfia (Pensilvânia, EUA) para Rio de Janeiro (Brasil), carregado de carvão e desapareceu sem deixar rastro. Os pesquisadores concordam que teria sido torpedeado por um submarino italiano, mas divergem sobre seu nome {do submarino} na ausência de documentos formais”.
O mesmo site, dedicado à história naval, registra a existência anterior de um navio da classe Carioca, último de uma série de 4, também chamado Cabedelo, datado de 1893. Baseado em Belém do Pará, durante a Revolução da Armada (1891-1894), findou destruído por uma explosão.