PAULO SANTOS: O SILÊNCIO DE CÁSSIO

Não deixa de ser curiosa a situação vivida atualmente pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB): é a “bola da vez” na mídia paraibana que alimenta as expectativas dele ser – ou não – candidato a governador em 2014 e, também, não sai das redes sociais devido às frenéticas discussões sobre sua eventual candidatura ao Palácio da Redenção.

Ao mesmo tempo, Cássio se mantém absolutamente publicamente silencioso tanto no que diz respeito à possível candidatura quanto sobre avaliações do desempenho do Governo que ajudou a entronizar em 2010. Ressalte-se: é um silêncio “público” porque, nas rodas íntimas, tem se esmerado em conversas políticas, inclusive sobre 2014.
Cássio vive um momento delicado. Tem se desvencilhado do mandato com relativa eficiência e só rivaliza, no atacado, com a projeção de Vital Filho (PMDB). Esta semana, por exemplo, graças ao projeto que enquadra os vivaldinos que se aproveitam para perpetuação nas direções das entidades esportivas, obteve repercussão nacional positiva como há muito um paraibano não conseguir em matérias votadas no Congresso.
O silencio de Cássio deve ter razões que a própria razão desconhece, mas não custa ver que esse é um momento crucial. Por exemplo: são cada vez mais episódicas declarações a respeito da manutenção da aliança com o governador Ricardo Coutinho assim como mais episódicas são suas avaliações sobre o desempenho do Governo.
O senador tucano vê o atual Governo chegar aos mil dias e sabe que as comemorações serão barulhentas, quase ensurdecedoras. É aguardar para ver se Cássio participará efusivamente dessa efeméride e ninguém espere que ele relembre os fatos que o fizeram lançar sutis críticas ao atual Governo.
É uma situação que beira o célebre ditado popular de que “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Qualquer situação poderá ser aproveitada por Ricardo Coutinho, em 2014, contra ou a favor. Se Cássio elogiar demais o Governo avaliza mais uma vez e perde força se quiser ser candidato, mas se expressar algum descontentamento pode ser taxado de ‘traidor”. A falsa neutralidade é, hoje, a melhor estratégia.
LUZ NO TÚNEL
São cada vez mais constantes os comentários de que Gutembergo Cardoso está mesmo de volta aos microfones na Capital.