O governo de Ricardo Coutinho, por mais satânico que seja no sentido de fazer o mal a muita gente todos os dias, e com sua enorme inaptidão para a beneficência, ainda assim dar prazer a uma legião de súditos. Não são os colaboradores da administração, os exercentes dos cargos comissionados (que receberam um presente salarial transitório das mãos do próprio governante), porque esses, muitos, nem sequer gostam do governador. RC não consegue ser amado nem mesmo pelos que lhe devem favor ou têm com ele dividas de afetividade. É que ninguém seria correspondido pelo afeto que estragasse dedicando a ele. Pura perda de tempo.
É impressionante como, contudo, RC agrada a certas pessoas. Mas, finalmente, a quem RC agrada tanto? A quem ele dar prazer?
RC dar prazer aos que o combatem. Até mesmo aos que têm uma forma particular de combatê-lo: recebendo algum favor dele mas o odiando. São muitos, entre secretários e auxiliares do governo e supostos aliados políticos, todos contando os dias de sua saída do cargo. Só um homem muito mau consegue ter um retributo tão severo, tão duro quanto esse. É porque a natureza humana benigna repulsa compulsivamente à maligna, vez que são incompatíveis extremas entre si. Nada de estranho nisso. Mesmo os que são pagos somente para adorar RC e lamber-lhe as botas ou cheirar-lhe as cuecas e aspirar-lhe os puns (que não são poucos), preferem mais a devoção ao vil metal e ao desprezível ofício do que gastar amor com ele. Na verdade, muitas dessas pessoas não amam e nem têm pena dessa adorável e indefesa Paraíba, mas a RC também não amam. Amam a si mesmas, no máximo e somente. Mas se RC de sua parte e da mesma forma também não as ama, qual será a diferença entre elas?
Há no entanto, na população, um grupo que tem especial prazer de combater Ricardo Coutinho. São os jornalistas independentes e os que, mesmo tendo certa dependência profissional, põem em risco seus interesses intestinos para defender a Paraíba da ação devastadora e não republicana do governo de RC. Há muitos pelo interior do Estado, uns menos e outros mais inconformados com o despreparo do gestor e o aviltamento da administração pública. De fato, além de Rubão e Helder, há outros que não se rendem: Walter Santos, Wellington Farias, Gutemberg Cardoso, Paulo Santos, João Costa (Nilvan Ferreira, pelo que já fez), Marcone Ferreira, Verônica Guerra, Lenilson Guedes, Marcelo José, Clilson Júnior (gênio investigativo), Dércio Alcântara (fera indomável), Abrantes Jr, Janildo Silva, Sales Fernandes, Nonato Bandeira, Joanildo Mendes, Maurílio Batista, Thiago Moraes, Rafael Sam e as vítimas de perseguições consumadas como Adjamilton Pereira, Fabinho Lima e Eraldo Luiz. Não seria nada correto não lembrá-los quando a tirania do império de RC descamba para o ocaso e seu exército condicional, trêfego e acuado, já prega abertamente a substituição do comandante.
Se não der a César o que é de César, é muito justo que César reclame. E, no caso, há mais de um César.