Nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990, pontificou no cotidiano pessoense um cidadão do bairro do Róger, nascido Waldomiro Ferreira dos Santos, mas popularmente conhecido como Waldomiro ‘Cabeção’.
Fez sua fama atuando em quatro campos de atividade, de uma só vez: no jornalismo, no esporte, na folia e na política. E, em todos eles, se fez notar por haver atuado bem, apesar de não pertencer a nenhuma das famílias tradicionais e de nem ser exatamente uma pessoa rica.
No jornalismo, foi repórter fotográfico em jornais da capital, produzindo instigantes imagens. No esporte, dirigiu o tradicional Guarani do Róger, obtendo memoráveis resultados em torneios oficiais, e influenciando eleições na Federação Paraibana de Futebol (FPF). Na folia, além do carnaval de clube, foi linha de frente nos desfiles de rua, no bairro onde tinha origem e na cidade.
Enfim, na política, exerceu o mandato de vereador, chegando à Vice-Presidência da Câmara Municipal de João Pessoa. Armado com sua máquina fotográfica, construiu a vida junto com a esposa Daura de Sousa Santos, e os filhos, Aristávora Santos (que herdou a paixão pela política), Carlos Santos, Tânia Maria, Thelma Maria e Ricardo Santos, fazendo história em jornais da cidade como o Correio da Paraíba (desde os tempos da Barão do Triunfo) e A União (ainda na Praça João Pessoa).
Mas também viu suas fotos serem publicadas em jornais e revistas de renome nacional, à época. Sobre sua atividade jornalística, outro dia, nas páginas do jornal oficial do estado, o ex-deputado e presidente da Academia Paraibana de Letras, Ramalho Leite, contou uma boa, também referida no mesmo A União, pelo inesquecível cronista Martinho Moreira Franco, e que bem revela o instinto jornalístico e o destemor de Cabeção.
Certa vez, encontrou o governador João Agripino, à vontade, dormindo num dos bancos do Aeroporto Castro Pinto. Não vacilou, clicou, e a foto foi destaque na edição de um dos jornais, no outro dia, sob o sugestivo título “O repouso do guerreiro”. Acabou perdendo, por um mês, uma gratificação que recebia no Palácio da Redenção, lhe restituída rapidamente.
Segundo comentário de outro saudoso cronista paraibano, Luiz Augusto Crispim (conforme citação de Martinho), Waldomiro fez parte do time de fotógrafos profissionais, junto com Agnaldo Estrela, Arion Farias e Gilberto Stuckert, preferidos pelas estrelas da high society pessoense.
Mas também cobriu momentos importantes da história na Paraíba, como os acontecimentos das Ligas Camponesas, na década de 1960.
Waldomiro Ferreira dos Santos nasceu em João Pessoa em 20 de setembro de 1935 e faleceu no dia 2 de setembro de 2002, às vésperas de seu aniversário de 67 anos. Como todos os que marcaram positivamente suas passagens na história pessoense, deixou saudades!
(As imagens foram publicadas por Tavinho Santos, no Facebook, e retratam a célebre foto do governador João Agripino dando um cochilo no Aeroporto, e Waldomiro ‘Cabeção’ em duas oportunidades cronológicas)
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba