Um levantamento feito pelo Instituto Fome Zero revelou que 13 milhões de pessoas deixaram de passar fome no Brasil e 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de insegurança alimentar moderada em 2023. Segundo os dados da entidade, isso representa uma redução de 30% do nível de insegurança alimentar total (somando casos graves e moderados) no país.
Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre de 2022 o Brasil tinha 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave — que é caracterizada pela quebra do padrão usual da alimentação com comprometimento da qualidade e redução da quantidade de alimentos de todos os membros da família, inclusive das crianças residentes neste domicílio, podendo ainda incluir a experiência de fome. No último trimestre do ano passado, esse número caiu para 20 milhões de pessoas.
Além disso, o levantamento mostrou que, no primeiro trimestre de 2022, 65 milhões de brasileiros viviam sob insegurança alimentar grave ou moderada. Esta última é registrada quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir, em alguns momentos do ano, a qualidade e a quantidade de alimentos que consomem, devido à falta de dinheiro ou outros recursos. A estatística, contudo, baixou para 45 milhões no último trimestre de 2023.
O estudo do Instituto Fome Zero foi solicitado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A pesquisa estimou o impacto do aumento do salário mínimo e dos repasses do Programa Bolsa Família sobre a população brasileira no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparando microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do primeiro trimestre de 2022 com os do último trimestre de 2023.
Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias, a retomada do Programa Bolsa Família foi fundamental para que esses resultados fossem alcançados.
“O Bolsa Família não é só transferência de renda, é uma política de vida”, enfatizou. “Com o novo Bolsa Família, há o modelo de transferência de renda, mas levando em conta o tamanho da família e a sua composição, onde há crianças, o valor per capita é maior. Consequentemente, as pessoas estão conseguindo voltar a ter acesso ao alimento de qualidade”, completou.
R7