Segurança, seca e aniversário de Cajazeiras dominam sessão da Assembleia nesta quinta

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A segurança pública e a problemática da seca foram os principais temas abordados pelos deputados estaduais, na tribuna do plenário José Mariz, na sessão ordinária da Assembleia Legislativa (ALPB) desta quinta-feira (22). Os deputados ainda aproveitaram para saldar o município de Cajazeiras pelos 150 anos de emancipação política.

O primeiro orador foi o deputado Frei Anastácio (PT). Ele lamentou os seguidos crimes cometidos contra postos de gasolina de João Pessoa e apresentou estatísticas relevantes sobre a área de segurança. Os dados revelam uma média de 20 assaltos por semana, só nos estabelecimentos que compõem a rede de combustíveis da Capital.

“A situação é estarrecedora, os donos de postos não tem a quem recorrer e são submetidos a adotar medidas extremas, como fechar as portas. Vivemos num Estado que tem a metade dos policiais militares que precisa para ter uma segurança melhor. Vivemos num Estado em que a violência é destaque no dia a dia dos noticiários da TV. É lamentável”, disse.

O deputado Toinho do Sopão (PEN) também discursou sobre o problema da violência nos municípios paraibanos. Segundo o parlamentar, é preciso aumentar o efetivo de policiais militares e civis do Estado. “O governo tem a obrigação de dispor de meios para oferecer uma segurança eficaz aos meios empresariais, a exemplo dos postos de combustíveis, aos seus consumidores e aos cidadãos, que pagam impostos pesados ao Estado”, afirmou.

Problema da seca

O deputado Janduhy Carneiro (PPS) voltou a cobrar transparência do Poder Executivo sobre a destinação das emendas da seca. Ele defendeu a criação de uma comissão específica na Casa de Epitácio Pessoa para fiscalizar as ações desenvolvidas pelo Poder Executivo por meio dos recursos destinados pelos parlamentares para o combate a forte estiagem, que ainda assola o Estado.

O parlamentar ainda afirmou que vai solicitar ao Poder Executivo a listagem completa das cinco mil cisternas de placas construídas no Estado. “O governo apresenta propaganda, em horário nobre, afirmando que foi instalado esse montante de cisternas. Está claro de que esse dado não é real. Nós precisamos ficar atentos, pois, em a situação é complicada em vários açudes, a exemplo dos que abastecem a região de Catolé do Rocha. Falta água nas torneiras”, lamentou Janduhy, que ainda cobrou a concretização de um planejamento em longo prazo para o combate a novas estiagens.

Programa do leite e gabinete da Seca

O deputado Carlos Batinga (PSC) voltou a criticar a condução do programa do Leite da Paraíba. O parlamentar ainda leu, em plenário, uma carta escrita por agricultor que fornece o lacticínio ao governo do Estado e afirmou que o encerramento das atividades do benefício representará a perda de renda ao homem do campo, além da falta de R$ 73 milhões em receita para o Estado, ao ano.

O deputado do PSC ainda voltou a cobrar a instalação de Gabinete da Seca. Segundo ele, o objetivo é atender diretamente as famílias atingidas pela estiagem, principalmente, nas regiões do Sertão, Cariri e Curimataú. “Essa medida favorecerá a criação de programas de perfuração de poços artesianos, disponibilização de carros-pipa, criação de Conselhos municipais de desenvolvimento social para acompanhar e provar projetos do Cooperar, entre outras ações”, declarou.

 

Agricultura

O deputado líder da oposição, Anísio Maia (PT) lamentou os investimentos do governo do Estado na agricultura. Segundo Anísio, a administração estadual disponibiliza apenas R$ 500 mil, ao ano, para execução de obras e projetos na área. “Esse valor dividido por 12 vezes, dá menos de R$ 50 mil por mês, ou seja, não dá para fazer absolutamente nada”, pontuou.

“Portanto, o programa do Leite, entre tantos outros, estão na eminência de encerrar as atividades porque o governo não tem compromisso com a agricultura. Em seus eixos prioritários, a administração estadual não prioriza a área e nem ações para o combate à seca. Infelizmente, o compromisso é com as grandes empresas de transporte e de logística, que foram isentas de R$ 500 milhões em impostos”, salientou.

 

150 anos de Cajazeiras

O deputado Vituriano Abreu utilizou da tribuna para parabenizar a cidade de Cajazeiras pelos 150 anos de emancipação política. O parlamentar, que é filho natural da terra, ressaltou a importância de Padre Rolim, considerado o fundador do município e “o homem que ensinou a Paraíba a ler”.

“Padre Rolim tem uma vasta história que o qualifica como um dos homens mais importantes da história da Paraíba. Ao chegar ao povoado de Cajazeiras tratou de criar de imediato uma escola, o que fez inicialmente no Sitio Serraria, transferindo a mesma, tempos depois, para uma casa próxima à Capela de Nossa Senhora da Piedade, escola esta que foi posteriormente transformada em um colégio, por volta de 1843 [atualmente Colégio Nossa Senhora de Lourdes]”, disse o deputado. “Desta semente nasceu Cajazeiras à sombra de um Colégio sob as bênçãos de Nossa Senhora da Piedade”, disse o parlamentar.

Ainda de acordo com Vituriano, a obra de Padre Rolim influenciou Cajazeiras a priorizar a educação como marco do seu desenvolvimento. “Prova disso é que a cidade possui, atualmente, cerca de 24 graduações superiores, dentre elas o de colunas mestras do ensino,a  exemplo de Medicina e do Direito, entre tantos outros cursos em áreas diferentes”, argumentou.