Paulo Santos

Um segmento político da Paraíba vem analisando, sem estardalhaços, as chances de oferecer, aos eleitores de 2014, uma alternativa de terceira via fora dos parâmetros do PMDB e, muito menos, do PSB. Trata-se de um agrupamento que se mantém arredio ao governador Ricardo Coutinho e cético em relação às chances de Veneziano Vital do Rego.

Todas as discussões, até agora, têm-se colocado no campo das possibilidades. Ninguém quer se arriscar a trazer hipóteses como esta a público sob pena de sacrificar credibilidade de quem não tem certeza dos anseios da população nem dos rumos que as conversas vão tomar a partir de outubro deste ano.

É que dentro de aproximadamente um mês e meio estarão definidas algumas mexidas no intrincado jogo de xadrez político, sobretudo em relação às filiações partidárias. Não são poucos os que dormem e acordam angustiados ou desalentados diante do quadro de apatia com que o eleitorado encara os políticos.

É bom incluir, nessa discussão, um componente histórico: a terceira via nunca foi uma boa opção para definir candidaturas na Paraíba quando está em jogo a sucessão à principal cadeira do Palácio da Redenção. Sempre prevalece a guerra dos cordões azul e vermelho. Não há salvação fora dessa dicotomia.

Mas é apenas um segmento político estudando a possibilidade de terceira via? Correm rumores de que outras vozes se “alevantam” com o ressurgimento da possível candidatura de Cássio Cunha Lima ao Governo a partir de observações de um jurista de que ele é plenamente elegível em 2014.

Com os rumores envolvendo Cássio, imediatamente esfriam os ânimos daqueles que alimentam a esperança de se colocarem na condição de “alternativos” a Ricardo Coutinho e Veneziano. A tendência seria, então, um realinhamento de consequências imprevisíveis e até o aconchego a um dos dois candidatos de Campina Grande.

Se alguém se dispõe a assumir uma “terceira via” e mantém isso em banho-maria, pior são os adeptos da possível candidatura de Cássio que também não podem externar opiniões incisivas e públicas para não desagradar seus dois senhores. O que não faltam, nos dias atuais, são conversas, mas ninguém arrisca palpites.

QUEIMAÇÃO
Um secretário de Estado, que se julga único detentor de prestígio junto ao governador Ricardo Coutinho, elegeu a colega da Comunicação, Estelizabel Bezerra, como alvo predileto de “queimações”. O pequeno detalhe da motivação é que ambos são pré-candidatos a deputado estadual.

BOLSO CHEIO
Tudo indica que o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), não irá apenas participar da festa de lançamento do PAC das Cidades Históricas, em Minas Gerais, ao lado de Dilma, nesta terça (20). É provável que, ao embarcar de volta, tenha garantido um cheque de R$ 50 milhões para aplicação no centro histórico de João Pessoa.

CADA UM POR SI
Não é difícil constatar os desencontros entre os deputados estaduais. Difícil, entretanto, é documentar. Essa foto abaixo – clicada nesta segunda-feira (19) – é a comprovação de que cada membro da poderosa Comissão de Constituição e Justiça olha para o futuro de forma diferente do colega ao lado.