Paulo Santos

É possível esperar que, dentro de mais algumas semanas, meses ou anos, os presídios paraibanos estejam recebendo “inquilinos” que não sejam assassinos, ladrões, falsários ou estupradores, entre outros, mas os principais agentes da roubalheira do meu, do seu, do nosso dinheirinho? Há esperanças no horizonte.

O Tribunal de Justiça da Paraíba, espremido por uma resolução do Conselho Nacional de Justiça, escalou um time de juízes de reconhecida capacidade para realizar um mutirão que analisará – pasmem, senhores! – 800 processos de “improbidade administrativa”, nome pomposo irmão gêmeo do tal “desvio de dinheiro público” e com o qual se mascara corrupção, roubalheira, etc.

A partir de agora, assim como torcemos para que nosso time do coração vença o campeonato de futebol, deveríamos torcer também para que a Justiça prevaleça e aqueles que avançaram sobre nossos suados impostos sejam irremediavelmente mandados para as penitenciárias.

É praticamente impossível que isso aconteça. Maluf é o ídolo desses velhacos. Com a Polícia Internacional nos seus calcanhares em todo o mundo, é mantido em prisão nacional porque não pode sair do Brasil. A ordem de detenção, válida no mundo todo, não vale dentro do próprio país.

Ninguém desacredita na Justiça. As leis é que são frouxas. Os poderes político e econômico estão acima dos códigos. Mas o Poder Judiciário tem sua parcela de culpa nesse emaranhado de descasos. Como deixar, senão por relapsia, que 800 processos de corrupção se amontoem e mofem Paraíba afora? É inexplicável.

Evidente que não se pode – nem deve – dar tom de romancismo a uma providência dessa natureza, mesmo que possamos romancear um pouco com o fato do CNJ olhar para seu próprio umbigo e finalmente decidir que está na hora de ajudar esse país a sair do atraso, do cartorialismo e da leniência.

Tão importante quanto sua mobilização em por a locomotiva dos julgamentos para andar seria o Tribunal de Justiça utilizar suas estruturas para dar transparência a essa processo. Para início de conversa, seria de bom alvitre que se soubesse não apenas quantos são, mas quem são, os agentes públicos que estão sendo julgados. A sociedade, por si mesma, faria a separação do joio e do trigo.

CLÍLSON JÚNIOR
Se algo acontecer ao colega jornalista Clílson Júnior, do ClickPB, todos nós saberemos de onde partiu a agressão. Clílson está tendo a coragem de enfrentar um secretário de Estado que, sempre acobertado pelos recentes governadores aboletados no Palácio da Redenção, é um incorrigível agressor de pessoas honestas, incluindo profissionais da imprensa, empresários e até um dos poderes constituídos, como fez recentemente com a Assembleia Legislativa. Um dia a casa cai.