Gilvan Freire
VIDENTECEGO – Dilma, que não queria nada com o Congresso, porque o achava espúrio (com muita razão), descobriu, depois que caiu em desgraça com a opinião pública, que ela própria e o Congresso não diferem muito no conceito popular. Agora, ela se volta para os congressistas e todos se banqueteiam com muitas alegrias e inescondíveis contentamentos. Afinal, eles precisam sobreviver juntos, porque não há mais como um afogar o outro, pois a correnteza está arrastando todos para o fundo do mar.
VIDENTECEGO – Mas, por quê Dilma e os congressistas estão em festa? É porque estão encontrando uma fórmula de liberar as emendas parlamentares, uma engenhoca orçamentária que permite que deputados e senadores carimbem milhões de recursos em favor de seus interesses políticos. Essas emendas são o maior poço de corrupção do país no varejo, que garantem que as liberações sejam casadas com construtoras e vendedores de equipamentos de uso público, e financiem, mediante comissionamentos, as eleições dos parlamentares ou fazem seu enriquecimento ilícito. Todos estão como as hienas: sorrindo diante da carniça que devoram.
VIDENTECEGO – Não só em relação às emendas parlamentares, mas para restabelecer a honraria entre a presidente e seus antigos súditos no Congresso, é possível que o Executivo se abra a mais favores comprometedores com verbas públicas, tipo convênios e liberação de projetos de obras caras para favorecer partidos e agrupamentos políticos, além de líderes influentes. Quer sejam com emendas ou com esse novo canal de esgoto do pecado público, haverá imensa manipulação de recursos da nação para contentar os espertos de sempre diante de um governo fraco e sem apoio popular que precisa garantir a reeleição a qualquer custo financeiro e moral. Vai feder mais do que já fedia.
VIDENTECEGO – Há dinheiro sobrando no governo federal para tudo, inclusive para fazer agora o que devia ter sido feito antes, de tal sorte que está faltando mesmo é projeto. Foi por não ter projeto nem capacidade gerencial que Ricardo Coutinho sofreu uma desrespeitosa agressão da mal educada e autoritária ministra Belchior, da laia arrogante da presidenta Dilma. RC nem se quer reagiu, deixando os paraibanos ressentidos e saudosos de outros governadores da Paraíba que não traziam para casa carões de subalternas figuras no governo central, nem mesmo de presidentes. Velhos tempos! É que Ricardo Coutinho, de tão perdido em meio a problemas de toda ordem que cria, inclusive os do destroçamento da administração, da inconvivência, da intolerância, da ambigüidade e dos desvios morais da gestão, está virando uma figura apequinada demais. Ainda não causa pena, mas deprime a gente.