Denúncias de irregularidades em governos do PSB têm 'interesse político', diz Governador

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Cotado para disputar a Presidência da República em 2014, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) disse nesta segunda-feira (22) que as denúncias de irregularidades envolvendo a empresa Ideia Digital e os governos de Pernambuco e Paraíba têm conotação política.

Além de haver indícios de superfaturamento em um dos contratos entre a empresa e o governo de Pernambuco, a Polícia Federal diz que a Ideia Digital é suspeita de financiar ilegalmente campanhas do PSB e do PSD.

“Ninguém aqui é inocente para achar que não tem interesse político”, disse o governador, ao comentar o inquérito da Polícia Federal.

A PF pediu ao Ministério Público de Pernambuco a abertura de investigação dos contratos entre a Ideia Digital e o governo do Estado.

Há indícios de superfaturamento em um dos contratos assinados com a empresa. O governo pernambucano já pagou R$ 51,2 milhões dos R$ 77,5 milhões contratados.

Campos disse que seu governo já teve acesso ao inquérito da PF e negou que haja menção a irregularidades no Estado.

“A PF não fala, não prova, não comprova absolutamente nada em relação a Pernambuco”, disse o governador.

Campos disse que os contratos foram suspensos em 2012, quando foi divulgada a suspeita de superfaturamento e desvio de verbas do Ministério da Ciência e Tecnologia em programa de implantação de internet grátis na Paraíba.

À época, a Controladoria-Geral do Estado começou a investigar os contratos da Ideia Digital com as secretarias de Educação e Ciência e Tecnologia.

A conclusão da apuração deve sair em 30 dias pois, segundo o governador, a Controladoria-Geral aguardava o inquérito da PF.

Além disso, há uma investigação em andamento no Tribunal de Contas do Estado. Um dos conselheiros responsáveis é João Campos, primo do governador.

Eduardo Campos também saiu em defesa do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB).

A PF aponta em sua investigação que verbas do convênio entre a Ideia Digital e a Prefeitura de João Pessoa foram desviadas para financiar a campanha de Coutinho a governador, em 2010.

“[Coutinho] deixou clara sua disposição de ajudar no processo de esclarecimento. O maior interessado em esclarecer isso é ele”, disse Campos.

O convênio de R$ 6,5 milhões com a Prefeitura de João Pessoa foi assinado em outubro de 2009, quando o ministro era Sérgio Rezende, que disse ter tomado conhecimento do caso nesta tarde, quando abordado em um evento da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), no Recife.

O atual ministro, Marco Antonio Raupp, que também estava no evento, não quis falar com a imprensa.