Novo protesto dura cerca de 3 horas na Capital

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O protesto popular realizado ontem no Centro de João Pessoa terminou em correria e confusão. Após duas horas de passeata pacífica, parte dos manifestantes voltou a ocupar avenidas, no momento em que os ônibus já estavam circulando e causaram susto em motoristas e passageiros. Os coletivos foram cercados, chutados e obrigados a andar de ré por mais de 100 metros.

Policiais militares e agentes de trânsito se mobilizaram para contornar a situação, que só se acalmou com a intervenção dos próprios manifestantes que apelavam para que a mobilização ocorresse sem vandalismo. Apesar disso, a Polícia Militar classificou a mobilização como pacífica.

Os protestantes também invadiram o Terminal de Integração de João Pessoa e impediram a entrada de veículos no local. A polícia teve que fazer uma espécie de cordão de isolamento, para liberar a passagem dos ônibus. Após gritar palavras de ordem, os manifestantes embarcaram nos coletivos, sem pagar passagem.

Os momentos tensos começaram por volta das 18h30, quando a mobilização parecia já estar no fim. Depois de se concentrarem na entrada do Liceu Paraibano e percorrerem o Parque Solon de Lucena e as principais vias do Varadouro, os quase dois mil manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar, se reuniram em frente ao Palácio do Governo, na Praça dos Três Poderes.

Eles permaneceram no local por alguns minutos. Em seguida, a maioria deles foi embora, enquanto que um outro grupo resolveu ocupar o Ponto de Cem Réis. De lá, os manifestantes correram em direção à Avenida Miguel Couto, onde impediram a passagem de alguns ônibus, que estavam entrando no Viaduto Damásio Franca.

Alguns jovens se sentaram diante dos coletivos, enquanto que outros bateram com pés e mãos nas portas, janelas e lataria dos ônibus. Houve um princípio de tumulto e receio de que o ônibus fosse apedrejado. Policiais correram para contornar a situação, mas os ânimos só foram acalmados pelos próprios protestantes que chegaram gritando “sem vandalismo” e pediam para que os veículos não fossem quebrados.

Segundo o comandante-geral da corporação, coronel Euller Chaves, cerca de 300 militares foram mobilizados para garantir a segurança do protesto e não houve registro de nenhum incidente. Ele disse que apenas os oficiais foram autorizados a usar armas de fogo. Os praças trabalharam apenas portando cassetetes e spray de pimenta.

Em outros dois momentos da manifestação, os participantes detonaram bombas e colocaram fogos em papel.

REIVINDICAÇÕES 

A mobilização durou cerca de três horas e reuniu diversas entidades. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Rafael Freire, um dos organizadores do protesto, a principal reivindicação da passeata era o passe livre para estudantes da rede estadual e do ensino superior. Os alunos das escolas municipais já têm o benefício.

No entanto, outros segmentos sociais também aderiram ao movimento, para cobrar outras melhorias. Entre os participantes estavam enfermeiros, que exigiam que a jornada de trabalho fosse reduzida de 40 para 30 horas semanais; e o Clube de Oficiais da Paraíba, que pediam o desengavetamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300 e integrantes do Movimento Lilás que lutavam por mais respeito aos homossexuais.
Às 18h de hoje, uma assembleia geral será realizada para discutir os avanços do protesto. Durante a reunião, será definida a data da próxima mobilização.