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Marcos Tavares

Tinha de acabar nisso. Tanto o governo deu esmolas, concedeu benefícios, que o brasileiro achou que o céu era perto e agora o país se convulsiona sob o lema Passe Livre.

Nem as grandes e sólidas economias, como Noruega, Suécia e Reino Unido, chegaram a dar ônibus e metrô de graça para seus cidadãos, simplesmente porque passagem custa dinheiro e não cabe ao governo arcar com esse ônus, que por sinal no Brasil não é dos trabalhadores, mas sim dos patrões que pagam o vale-transporte para cada um.

Já se disse que não existe almoço grátis e conceder passe livre a quem quer que seja onera quem paga, aumenta a responsabilidade e o valor de quem usa o transporte coletivo e entra com seu rico dinheirinho. O que virá depois do Passe Livre? Cinema Livre, Motel Livre, Balada Livre? Será que teremos um Estado provedor de tudo que o ser humano necessita de trabalho a lazer tudo saindo dos cofres do erário? Está claro que não é o Passe Livre a questão que levanta multidões. É algo mais profundo e bem mais grave.

Lutar pelos direitos é uma forma de democracia. Inventar direitos impossíveis e levá-los como bandeira de luta é a mais pura anarquia e é isso que se vê nas grandes manifestações do Rio e de São Paulo. Não existem descamisados nesse rol de gente. A grande maioria é de classe média abastada que nunca pegou um ônibus para ir à escola. É esse povo que cansado de ver esse Brasil sem jeito foi às ruas, e por absoluta falta de bandeiras pede coletivos sem ônus para quem dele necessita ou não.


Elevando
Brigam José Maranhão e Ricardo Coutinho e quem leva os louros é o senador Cássio Cunha Lima. Quando duelam, os dois usam como parâmetros os planos de carreiras implantados no Governo Cássio.
Maranhão diz logo que pagou tudo como mandava a lei e acusa Coutinho de tentar reduzi-los. Em ambas as opções, Cássio se sai bem, pois ele figura historicamente como o governador que deu melhores reajustes e fez Planos de Carreira.
Assim, enquanto brigam alguns, Cássio ganha espaços na mídia e é lembrado como amigo dos funcionários.
Coletivos
Cartaxo tem um encontro com a história nessa quinta, quando aportam por aqui as manifestações pelo Passe Livre.
Como petista que é, cabe ao prefeito aliar-se ao gesto da presidente Dilma e reduzir o preço das tarifas que ele mesmo aumentou há poucos meses.
Isso o levará a um choque frontal com o lobby das empresas que exploram o serviço de ônibus, sempre muito azeitado, com amplo espaço na mídia e com muita grana.
Oitentão

Nunca tive o prazer de trabalhar diretamente com Gonzaga, mas nos bate-papos bebi muito de sua verve e sabedoria.
Uns oitenta anos que enriqueceram a cultura e o jornalismo paraibano.
Preços
Quando para nada servir esse protesto paraibano, ele serve para acabar essa falácia – muito divulgada – de que temos uma das menores tarifas do país.
Isso absolutamente não é verdadeiro considerando o pequeno trajeto de nossas linhas.

Querença
Nadja Palitot disponibiliza seu nome para uma candidatura do PT ao Governo.
É estranho para ela que não conseguiu nem se reeleger vereadora.

Insistência
O Major Fábio é outro que finca pé em dizer que disputa o governo.
Ele sempre foi suplente e na eleição para governador esse cargo não existe.

Órfão
Nenhum político quis ou pode pegar carona nessa onda de movimentos populares.
Todos eles temem a ira sagrada do povo que desconhece limites.

Cortando
O governador Ricardo Coutinho disse que cortou a própria carne ao reduzir salários de auxiliares importantes.
Não é bem na carne dele. É mais na carne dos amigos.
Frases…

Brilho – É preciso batear muita lama para se encontrar um diamante.
Folhoso – Organizações ecológicas adoram folhas. Principalmente folhas de pagamento.
Diáfano – Essa transparência nacional está mostrando cenas horríveis.