Rubens Nóbrega
O Doutor Gilberto Carneiro, procurador geral do Estado, arranjou o que fazer ontem em Recife (PE). Graças à pretensa viagem, não enfrentou o empresário Rodolfo Pinheiro Lima na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia.
Os dois protagonizariam mais um capítulo do Gibagate, nome dado à denúncia segundo a qual a Prefeitura de João Pessoa comprou carteiras escolares à empresa Desk a preços superfaturados no tempo de Ricardo Coutinho prefeito da Capital.
Conhecido nacionalmente (graças à revista Veja) como braço direito do atual governador, Gilberto Carneiro responde a processo por improbidade administrativa por ter contratado a Desk quando era secretário do então prefeito Ricardo Coutinho.
Já Rodolfo, que se tornou popular na Paraíba por ter presidido o Botafogo da Capital, recentemente fez-se ainda mais conhecido ao denunciar o esquema que levou o Ministério Público a processar Gilberto e outros ex-secretários de Ricardo.
Aonde vai, Rodolfo carrega um caminhão de documentos e argumentos. Todos acolhidos na ação civil pública ajuizada pelo MP contra o agora procurador geral do Estado. Talvez aí esteja a razão maior da fuga ao debate do Doutor Gilberto.
Sem a presença do contendor, o empresário deitou e rolou nessa segunda à tarde na CCJ. Com auxílio de data-show e tudo o mais, RP expôs toda a história de aquisições de móveis escolares tão nebulosas quanto lesivas ao erário, segundo o MP.
Ao justificar a sua ausência à sessão especial da CCJ, o procurador Gilberto Carneiro lembrou que a matéria em pauta naquela Comissão já fora judicializada, daí por que limitar-se-ia a apresentar defesa perante a Justiça.
Pelo noticiário, a CCJ ainda não decidiu se vai acatar ou não a justificativa do Doutor Gilberto. Se não acatar, ele poderá responder por crime de responsabilidade – nos termos da Constituição da Paraíba – por não ter atendido à convocação legislativa.
E o Lagostagate?
Quarta-feira passada (12) solicitei informações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o andamento do Lagostagate (assim Gosto Ruim batizou o caso das mordomias gastronômicas da Granja Santana levantadas em auditoria daquele órgão). Enviei o meu pedido nos seguintes termos:
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– Senhores, quando, afinal, será julgada a prestação de contas da Casa Civil do Governador do Estado referente ao exercício de 2011, na qual foram detectadas diversas irregularidades nas compras para a Granja Santana? Solicito que esclareçam ainda a razão de, tanto tempo depois de a auditoria ter emitido seu relatório, a matéria ainda não ter sido apreciada pelo colegiado.
***
Leiam agora a resposta do TCE, conforme i-meio enviado pela Ouvidoria um dia após a minha solicitação:
– Prezado Sr. Rubens Nóbrega, informamos que o processo de Prestação de Contas mencionado por V.S., autuado neste Tribunal de Contas sob o n.º 03011/12, atualmente tramita na Procuradoria Geral aguardando parecer do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. Outrossim, comunicamos que a solicitação de celeridade foi encaminhada tanto à PROGE, que atualmente detém o processo, bem como através de memorando ao Relator, recomendando a observância do princípio da duração razoável do processo.
Estranha matemática
Ouvi o governador dizendo ontem à noite no Programa de Malvino (Arapuan FM) que deu reajuste médio de 10,8 ou 10,6% aos servidores estaduais, não de 3%, como vem dizendo a oposição. O percentual menor contemplou apenas 20% do funcionalismo, garantiu Sua Majestade. Bom, sendo assim, o monarca pode ter dificuldade em explicar sua matemática. Afinal, se deu mais, por que vetou o menos, ou seja, se deu mais de 10%, por que vetou os 8% propostos pela oposição?
Tião e a cana da boa
Areia deve muito do renascimento e qualidade de sua cachaça à visão do deputado Tião Gomes, desde quando foi prefeito de lá. Hoje, superadas apenas pela Rainha e Cascavel de Bananeiras, duas dezenas de engenhos da terra de Zé e Pedro Américo produzem algumas das melhores ‘branquinhas’ do Brasil.
Todos seguem métodos de processamento, armazenamento, controle de qualidade e comercialização ‘importados’ do exterior e de Minas. Graças a especialistas que Tião foi buscar lá fora ou na Universidade. Tudo para o Brejo melhorar ainda mais a sua cana da boa.
Lançamento adiado
Não mais lançarei ‘Histórias da Gente’ na próxima sexta (21) em Bananeiras. Ficou muito curto o tempo para preparar lançamento do jeito que as pessoas do lugar merecem. Aguardarei melhor data no Roteiro Caminhos do Frio, em julho. Se me aceitarem, evidentemente. Até lá, o livro continuará à disposição dos interessados nas bancas Viña del Mar, na Leitura (Manaíra Shopping), na Livraria do Luiz e no Sebo Cultural (Centro de João Pessoa).
