Minha máxima culpa

Marcos Tavares

Nossa formação judaico-cristã tem como base a culpa. Nascemos culpados e só o batismo nos redime e nos remete novamente a Deus. Durante a vida só somamos culpas a esse pecado original. É culpa daqui, culpa dali, culpa pelo sexo, pela gula, pela vida e principalmente a culpa atávica que pesa nas nossas costas a gerações. Carregamos essa culpa em relação aos negros e índios, uns pela escravidão a que foram submetidos e outros por termos tomado seu Pindorama original e feito dele essa terra do pau-brasil.

E como culpados temos de redimir nossos erros tolerando tudo que os índios fazem. Invadir usinas, tomar fazendas, atirar flechas na polícia, tornar funcionários públicos reféns, tudo isso faz parte do nosso rosário de castigo, tudo isso porque sucedemos a Pedro Álvares Cabral, que teve a ousadia de descobrir essa terra e reivindicá-la dos índios. Eu, que nunca vi um selvagem nem de perto, carrego essa enorme culpa coletiva repartida entre os degradados filhos de Eva que vieram dar com os costados nessa terra da Vera Cruz.

Não adianta dizer que nunca tive escravos e até tenho um pé na senzala, nem jurar de pés juntos que nunca agredi um índio. A culpa existe e tem de ser redimida, mesmo que os índios andem de camionetas último modelo e sejam os primeiros a explorar a floresta vendendo madeira e minério. Carregarei pela vida afora essa culpa, totalmente descabida, pois nunca tomei terras dos aborígenes, nem fui feitor de engenho.

Política

Existirá o dedo presidencial de Dilma nessas picuinhas que estão fazendo em Brasília para liberar o empréstimo da CEF pretendido pela Cagepa?

A pergunta é oportuna, pois o governador e seus auxiliares culpam o excesso de burocracia da capital federal pelo atraso do dinheiro que viria sanear a situação de nossa empresa fornecedora de água.

Coutinho revelou publicamente seu alinhamento com Eduardo Campos e essa pode ser a resposta de Dilma a essa ousadia, pois se sabe que o Planalto não aceita rebeldia.

E contra-ataca prendendo a preciosa verba.

Votos

Como se ganha uma eleição municipal? É uma pergunta que pode ser respondida ao examinarmos o número de contratados em regime temporário pela nossa edilidade.

Segundo o Ministério Público, eles somam onze mil, um número significativo numa disputa considerando que cada um tem em média quatro votos.

Feitas as contas, a realidade é que a Prefeitura da Capital tem mais temporários que funcionários efetivos. Uma excrescência.

Farra

Já não se fala mais em seca, nem em miséria, apesar das duas realidades continuarem a existir na Paraíba.

Tudo agora é festa e queima-se dinheiro em homenagem a São João.

Contra-ataque

O Palácio da Redenção vai investir nos vereadores na tentativa de formar uma bancada que bata de frente com Cartaxo.

Quer dar ao prefeito o mesmo tratamento que a oposição vem dando ao governo na AL.

Às Armas!

Câmara Federal estuda a revogação de algumas regras do Estatuto do Desarmamento.

Tenta tornar mais fácil a aquisição legal de uma arma de fogo.

Abstenção

A lentidão dos eleitores em se cadastrarem para a nova sistemática de votos pode refletir-se nas próximas eleições.

Muita gente vai chegar ao dia da votação sem ter sua impressão digital arquivada.

Mais Um

A presidente Dilma se previne para futuros problemas eleitorais. Nomeia para o TSE Admar Gonzaga.

O distinto causídico é advogado do PT e já defendeu até Dilma.

Dividindo

A Record em dificuldades demite funcionários em massa. Segundo as más línguas, o tal apóstolo Valdomiro está sangrando a Igreja de Edir Macedo.

Arrastando fiéis e dízimos.

Frases…

Motorizando – Casamento é como moto. Só cabem dois e um vai sem conforto.

Sinalizando – Algumas mulheres são como celulares. Desaparecem e não dão mais sinal.

Dominical – Se você acredita em Deus na segunda é realmente um crente.