Paulino defende aliança com PT na vice

O ex-governador Roberto Paulino, que passou a exercer a vice-presidência do diretório regional do PMDB, considera irreversível o lançamento de candidatura própria do partido ao governo do Estado em 2014, referindo-se ao tamanho da legenda e à tradição de que desfruta no cenário local. Em declarações a uma emissora de rádio, Paulino advertiu que será difícil para qualquer partido de oposição sensibilizar o PMDB a abrir mão da cabeça de chapa, que em tese está reservada para o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego. O ex-governador sugere que o Partido dos Trabalhadores poderia compor a chapa ocupando a vaga de vice, mas diz que se isto não for possível, que pelo menos haja união das oposições num segundo turno.

Dentro do PT, há resistências à aceitação da oferta de vice numa aliança com o PMDB sob a alegação de que o partido foi coadjuvante em duas oportunidades consecutivas, nas eleições de 2006 e 2010, quando José Maranhão foi o candidato a governador. Em 2006, Maranhão optou pelo nome de Luciano Cartaxo, com quem chegou a assumir o governo por pouco tempo diante da cassação do mandato de Cássio Cunha Lima em 2009. Em 2010, Maranhão trocou Cartaxo por Rodrigo Soares, presidente estadual do PT, mas perdeu a parada para Ricardo Coutinho. Na avaliação de Roberto Paulino, os contornos de uma aliança ainda demorarão a ser sacramentados porque envolverão muitas conversas de bastidores. Ele insiste em argumentar que o PMDB é o maior partido da Paraíba e o mais bem estruturado, com representação expressiva em prefeituras e casas legislativas.

Mas Paulino enxerga boas alternativas em outras agremiações, citando o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, como nome viável e qualificado para concorrer ao Senado. “Nós estamos negociando. Vamos buscar o apoio do PR e do próprio PTB, porque acho que Wilson Santiago, embora tenha deixado os quadros do PMDB, é um nome que tem que ser lembrado e até avaliado. Temos um leque muito mais amplo do que o do governo estadual, e pretendemos promover uma campanha de alto nível, baseada em propostas, sem descer a retaliações. A Paraíba quer soluções e isso Veneziano já demonstrou que tem”. O vice-presidente peemedebista reconhece a importância que o ex-governador Maranhão desempenha dentro do partido e chega a dizer que talvez ele seja um dos maiores líderes da Paraíba, individualmente. “Trata-se de um nome respeitado e cabe a ele decidir o que é melhor para seus projetos”, adiantou. O PMDB oficializou convites ao presidente do PR, Wellington Roberto, e ao ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (sem partido) para que participem do segundo debate do ciclo “Pensando a Paraíba”, marcado para o dia 15 em Sousa. O ciclo de debates foi aberto na cidade de Patos e considerado produtivo pelas lideranças peemedebistas.

Já o deputado estadual Carlos Dunga, do PTB, defendeu a manutenção da aliança do PSDB com o PSB, tendo o senador Cícero Lucena como candidato à reeleição. Considera que a vaga de suplente de senador será dele, e está disposto a brigar dentro das hostes petebistas por ela, como uma espécie de direito adquirido, já que há oito anos é o suplente do tucano e considera natural a sua permanência. Inquirido sobre idêntica pretensão que Wilson Santiago possa vir a externar, Carlos Dunga frisou que este é um problema dele. “Eu sou do PTB há muito mais tempo, e ele (Santiago) terá que disputar outra vaga, deputado federal ou estadual, porque não abro mão da primeira suplência de senador. Até porque tem sido assim, na trajetória do PTB: quando é para pegar o bode, chamam Carlos Dunga. Quando é para comer o bode, tiram Carlos Dunga. Cansei disso”, afirmou ele, sem tergiversações.

Repórter PB