Romero quer luz própria na política

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Professor Jônatas Frazão

O Prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, está decidido a não ser apenas mais um, dentre os que se elegem sob os auspícios do grupo Cunha Lima. Ele procura ter luz própria na política e, para isso, tem feito do exercício do mandato de Prefeito de Campina Grande um sacerdócio diário, na conquista do protagonismo político.

Os primeiros sinais de que o grupo Cunha Lima entende esse desejo de Romero tem sido dados por ninguém mais que Ivandro Cunha Lima, irmão de Ronaldo, tio de Cássio. Ivandro é uma figura que transita bem em todas as tendências políticas. Não se mete em confusão e está sempre disposto a ajudar quando o assunto é apagar incêndios.

Todos lembram, por exemplo, quando Ivandro preferiu deixar o Campestre, naquela fatídica festa de aniversário de Ronaldo, data do racha do PMDB, na companhia de José Maranhão, depois da ruptura política anunciada em pleno palco da casa de shows. Ivandro até que tentou reaproximar os grupos, mas não conseguiu. Por conveniências familiares, fez a opção por Ronaldo, mas manteve-se à margem das discussões pós-rompimento por muito tempo.

Romero vê em Rômulo Gouveia um exemplo de quem, em circunstâncias diferentes, claro, conseguiu o seu lugar ao sol na política. Dono de um partido grande na Paraíba, o PSD, Rômulo não precisa mais ficar debaixo das asas de quem quer que seja para seguir sua trajetória. Chegou aonde chegou por obra e graça do grupo Cunha Lima. Mas, ao chegar, soube fazer o seu ‘pé-de-meia’ político.

Rômulo pode, inclusive, ao sabor das conveniências partidárias, ter a opção de romper com o grupo do qual faz parte desde que começou na política. Não estou dizendo que isso vai ocorrer, mas que é uma opção para qualquer eventualidade circunstancial que lhe desagrade, é.

As queixas de membros do clã Cunha Lima em Campina Grande, por falta de espaços na administração municipal, também evidenciam esta realidade. E a tendência é de que o problema só cresça, considerando que, no ano que vem, Romero quer lançar o irmão, Moacir, candidato a deputado federal, mesmo cargo que será disputado por ninguém menos que o filho de Cássio, Pedro.

A recusa de participar, em qualquer indicação, das eleições de 2014, numa eventual composição da chapa PSB-PSDB já mostra que o ‘Mago’ de Campina está muito decidido sobre o que quer: pavimentar a sua reeleição e fortalecer-se ainda mais, como liderança. A continuar deste modo e se o veneno da ‘mosca azul’ do protagonismo político se mantiver ativo nas veias do primo de Cássio, não será de se admirar ver Romero falando grosso nos embates dentro do grupo.