Marcos Tavares

Conta a história que Lampião atacou Mossoró. Atacou e foi repelido, não pela polícia ou pelas volantes, mas pelo povo de Mossoró, que resolveu enfrentar o temido cangaceiro em defesa de seus bens e sua vida. Fosse nos dias de hoje, Lampião teria tomado a cidade, pois nenhum cidadão de bem pode mais ter uma arma para garantir sua vida, sua família ou sua propriedade. Só que o governo do PT que desarmou o cidadão esqueceu de fazer o mesmo com os bandidos e hoje somos todos reféns do medo, trancados dentro de casa enquanto a marginália domina a cidade.

Podem me chamar de obsessivo, mas vale a pena medir a escalada da violência depois do desarmamento geral. Quem entrava antes num restaurante ou bar e rendia sozinho vinte a trinta pessoas levando seus pertences e dinheiro? Era inadmissível. Alguém estaria armado e revidaria à altura a agressão. Hoje os bandidos sabem que tem o caminho livre que vão encontrar vítimas completamente indefesas para assaltar e matar. E o cidadão que ousar ter uma arma para fazer o que a polícia não faz será devidamente preso e processado na forma da Lei.

A população desarma-se naturalmente quando se sente segura. Os nossos avós portavam armas porque moravam em locais distantes, longe da civilização e da Lei e por isso cabia a cada um defender sua casa. Só que esse tempo voltou. Estamos de novo expostos a terrível violência em casa, nos ônibus, no trabalho e até no lazer, e a polícia é insuficiente para nos garantir a vida e a propriedade. Junte-se a isso uma população acuada, desarmada e impedida de se defender e temos o que é o Brasil de hoje, o paraíso dos bandidos, o sonho de todo marginal tornado real nessa nossa terra.

Na gaveta
Tanto barulho por nada. A concordância com o empréstimo da Cagepa para sanar suas dificuldades financeiras rendeu um drama legislativo e um quase enfrentamento entre governador e deputados.
Tudo por conta da urgência que parecia haver. Acontece que esse mesmo empréstimo dorme hoje placidamente numa gaveta em Brasília sem que ninguém do Estado tenha poderes para apressar sua liberação ou ao menos acenar com uma data.
Como se vê, havia mais disposição para a briga do que para sanar a insustentável situação econômica da empresa que deve o que não tem, paga o que não pode e vive asfixiada pelos compromissos.
Apagando
Romero Rodrigues vai ser alvo nessa próxima eleição, mesmo não sendo candidato a nada. Já se anuncia que ele recusou uma audiência ao ex-deputado Ivandro Cunha Lima, hoje o chefe do clã em Campina.
É bom Romero ir cuidando de apagar logo esse fogo antes que as labaredas cresçam. Como se sabe, qualquer coisa muito repetida termina ganhando fotos de verdade e aí fica pior para consertar.
Afinal, Romero não deve ter perdido o juízo para negar uma audiência privada a Ivandro.

 

Segurança

Essa onda de assaltos a caixas eletrônicos e agências de bancos já se enquadra na Lei de Segurança Nacional.
Não é somente para prender comunistas que ela existe.
Campanha
Aécio Neves está sendo aguardado para o São João de Campina Grande.
Será que, além de comer canjica e dançar forró, ele quer levar Cássio mesmo a uma candidatura?

Veto
Ricardo Coutinho cumpre o que prometeu e vetou as modificações incluídas na mensagem de aumento do funcionalismo pelos deputados.
Ele alegou inconstitucionalidade nas emendas e agora a bola fica na mão da AL para veto do veto.

Remédios
Paliativos não resolvem nosso trânsito. Alargar a Epitácio Pessoa nos privará de algumas flores e dá mais uma opção para quem vai à praia.
Mas nós precisamos mesmo é de outra rota que ligue o litoral à cidade.

Pra valer
Alguns prefeitos não levaram muito a sério a recomendação judicial para pagar os precatórios.
Resultado: tiveram contas bloqueadas e agora não podem movimentar um tostão.

Muito bem
Dizem que o ministro Aguinaldo Ribeiro está muito bem em Brasília e por isso sonha com o Governo do Estado.
Para isso ele precisa estar bem também – e principalmente – na Paraíba.